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Há esperança para as florestas, mas é preciso agir rápido, diz The Economist

Em reportagem de capa, publicação britânica elogia a queda no desmatamento da Amazônia e alerta para necessidade de ações de preservação mais ágeis

Se a Amazônia queimar, diz The Economist, ela poderá cuspir o equivalente a mais de uma década de emissões de combustíveis fósseis. (.)

Se a Amazônia queimar, diz The Economist, ela poderá cuspir o equivalente a mais de uma década de emissões de combustíveis fósseis. (.)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

São Paulo - A estação de seca, que chega ao fim, é quando a floresta amazônica é cortada e queimada. A fumaça liberada pode, às vezes, ser vista do espaço, mas não neste ano. O ritmo de desmatamento caiu de forma incrivelmente rápida. Em 2004, algo como 2.8 milhões de hectares da Amazônia foram devastados; no último ano este número ficou em 750 mil hectares.

O trecho acima abre a reportagem de capa especial da edição desta semana da revista The Economist, que traça um panorama da situação dos chamados pulmões do mundo, as florestas. A publicação destaca os bons resultados brasileiros em prol da conservação florestal e afirma que o Brasil está deixando para trás a fama de 'desmatador'.

Entretanto, a revista observa que, apesar de avanços no tema em todo o mundo, os países, incluindo o Brasil, precisam agir mais rápido para conservar suas florestas. "O progresso dos anos recentes mostra que a humanidade não está condenada a eliminar do planeta sua cobertura de florestas, mas a transição de "cortador de árvores" para "abraçador de árvores" não está acontecendo de forma suficientemente rápida", diz a publicação.

Segundo a The Economist, a pressão sobre a flora terrestre tem diminuído nos países mais ricos e em muitos países tropicais - onde estão mais da metade das florestas de todo o mundo. Em contrapartida, o crescimento populacional aumenta a demanda crescente por terra em outras regiões.

No Congo, diz a revista, que tem mais florestas tropicais do que qualquer país do mundo exceto o Brasil, o desmatamento é levado à frente nas pequenas propriedades, que estão perto de dobrar em número. "Desmatar as florestas pode enriquecer aqueles que o fazem, mas no longo prazo isso empobrece o planeta como um todo", diz a reportagem, lembrando que as florestas tropicais são importantes suportes para o ciclo da água.

"Perder a floresta amazônica pode reduzir as chuvas nas Américas, o que pode levar a consequências para  fazendeiros em locais tão distantes quanto o Texas. Se a Amazônia queimar, ela poderá cuspir o equivalente a mais de uma década de emissões de combustíveis fósseis".

Planos REDD

Um dos principais esforços internacionais para substituir o processo de desmatamento pelo de preservação é o projeto conhecido como REDD (Reducing Emissions from Deforestation and Forest Degradation - Reduzir Emissões do Desmatamento e da Degradação Florestal). Trata-se de uma iniciativa, segundo a Economist, que "paga os países em desenvolvimento para que não destruam suas florestas".

Esse conceito de pagar por serviços de florestas e ecossistemas
tem se tornado bastante comum entre governos e companhias. Segundo a publicação, o único sucesso da conferência de Copenhagen no ano passado foi o compromisso de seguir o REDD. Alguns países ricos, como Noruega, EUA e Inglaterra, prometeram  4,5 bilhões de dólares para começar.

Mas a reportagem alerta: os projetos REDD serão efetivos apenas em lugares onde o governo se empenha e os países tropicais com as florestas mais importantes estão entre os piores em termos de gestão.

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