Apesar da dificuldade para se chegar a um consenso, o secretário da ONU Sha Zukang acredita que a Rio 20 terá "um impacto ainda maior que a Eco-92" (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Da Redação
Publicado em 12 de junho de 2012 às 12h06.
Rio de Janeiro - Os três dias reservados para a última rodada de negociação do documento da Rio+20 antes da reunião de cúpula dos chefes de Estado não deverão ser suficientes para se chegar a um consenso satisfatório, reconheceu ontem, segunda-feira, o secretário-geral da ONU para a Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável, Sha Zukang.
Em entrevista no Palácio da Cidade ao lado do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), o diplomata chinês disse que está otimista em relação a resultados, mas advertiu que o impasse entre países com níveis diferentes de desenvolvimento tende a levar a discussão "até o último minuto".
A reunião de negociadores está marcada para começar amanhã, quarta-feira, e terminar na sexta-feira. Em seguida, serão realizados no Riocentro os chamados Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável, antes da reunião de cúpula dos chefes de Estado e de governo, nos dias 20, 21 e 22.
Apesar da dificuldade para se chegar a um consenso, porque os países "têm prioridades diferentes", Sha afirmou acreditar que a Rio+20 terá "um impacto ainda maior que a Eco-92 para a vida e o futuro das pessoas e a saúde do planeta".
Sobre a ausência de lideranças como Angela Merkel, Barack Obama e David Cameron, o chinês foi diplomático: "É uma questão soberana de cada país. Não posso dizer se é bom ou ruim, mas Estados Unidos, Grã-Bretanha e Alemanha estarão muito bem representados, em alto nível". Ele disse compreender ausências por motivos como a crise europeia e as eleições nos Estados Unidos, mas afirmou acreditar em mudanças de última hora.
Lembrando que a Eco-92 teve a participação de 108 chefes de Estado, Sha disse que representantes de 134 países já estão inscritos para discursos na Rio+20. "Será uma das mais importantes conferências da história das Nações Unidas. Estamos otimistas. Sob a presidência do Brasil, vamos chegar a um bom resultado", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.