Energia elétrica: quase 8,5 bilhões de reais serão aportados pelo Tesouro neste ano para financiar os cortes na conta de luz (Matt Cardy/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 24 de janeiro de 2013 às 19h58.
Brasília/São Paulo - O Tesouro Nacional informou nesta quinta-feira que os seus aportes para cobrir a redução do preço da energia serão inferiores a partir de 2015 aos quase 8,5 bilhões de reais previstos para este ano e que os recebíveis de Itaipu poderão ser vendidos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
"O aporte do Tesouro cai para valores significativamente menores", comentou fonte da área técnica do Tesouro Nacional.
Para assegurar os aportes futuros, o Tesouro não descarta a possibilidade de vender os fluxos de receita futura de Itaipu para o BNDES a fim de converter esses recebíveis em um caixa mais imediato.
O Tesouro tem créditos anuais da ordem de 4,1 bilhões de reais referentes ao pagamento da dívida de Itaipu à União.
"Posso vender esse fluxo de recebíveis para o BNDES e utilizar o recurso que vem do BNDES e colocar na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE)", explicou a fonte do Tesouro.
Os recursos do Tesouro serão aportados na CDE, uma espécie de encargo único usado para todos os subsídios ao setor elétrico, o que permitiu ao governo eliminar e reduzir a cobrança de outros encargos da conta de luz e, assim, garantir parte da redução das tarifas ao consumidor.
O uso do BNDES para a geração de receita imediata foi bastante criticado nas últimas semanas, quando o governo publicou uma série de atos legais para gerar recursos para o cumprimento da meta de superávit primário de 139,8 bilhões de 2012.
Em uma dessas operações, o Tesouro vendeu ações da Petrobras pertencentes ao Fundo Soberano para o BNDES, a fim de que o banco de fomento pagasse a aquisição em valores correntes, ajudando a fechar as contas fiscais do ano passado.
Nesta quinta-feira, o governo anunciou que para assegurar a redução da tarifa de energia elétrica em pelo menos 18 por cento para residências e de cerca de 32 por cento para indústria será necessário 8,5 bilhões de reais pelo Tesouro somente em 2013.
O governo também apresentou o arcabouço institucional que dará base a essa redução, abrangendo saldos disponíveis na CDE e na Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) --que arrecada recursos para financiar o combustível da geração termelétrica das áreas isoladas do país.