Cardeal Pell: ele reconheceu que a Igreja "fez besteira" em sua gestão dos padres pedófilos (Tony Gentile / Reuters)
Da Redação
Publicado em 1 de março de 2016 às 16h33.
O cardeal australiano George Pell, poderoso "ministro" da Economia do Vaticano, assegurou nesta terça-feira que conta com o apoio total do Papa Francisco, apesar de ter confessado ante uma comissão de investigação que as acusações de pedofilia contra um padre não despertaram seu interesse na ocasião.
O ex-chefe da Igreja católica na Austrália, tesoureiro do Vaticano desde 2014, prestou depoimento ante uma comissão de investigação sobre delitos de pedofilia na Austrália através de videoconferência devido a problemas de saúde.
Ele reconheceu que a Igreja "fez besteira" em sua gestão dos padres pedófilos, mas acrescentou que, nesta questão, "conto com o apoio total do papa".
A comissão em questão examinava o caso de Gerald Ridsdale, sacerdote australiano e pedófilo reincidente, condenado por agredir várias crianças entre 1960 e 1980.
O cardeal Pell, que morou um tempo na mesma casa de Ridsdale, negou a todo momento que conhecesse as tendências do colega.
"Eu não sabia se era ou não notório. É uma história triste, que não tinha grande interesse para mim", declarou, provocando reações de surpresa nos membros da comissão, que pediu que ele se explicasse.
"O sofrimento, claro, era real e lamento muito, mas não tinha razão alguma de me interessar pelo alcance do mal cometido por Ridsdale", afirmou.
A Comissão Real para uma Resposta Institucional ao Abuso Sexual de Menores começou seus trabalhos em 2013, depois de de anos de pressão a favor de investigações sobre as acusações de pedofilia nas escolas, centros religiosos e organismos sociais.