Mundo

Terroristas mudaram métodos após vazamentos de Snowden

Mudanças dificultam esforços de interceptação das agências de inteligência, disse um funcionário graduado do governo britânico


	Edward Snowden: NSA revelou pela imprensa em junho de 2013 detalhes sobre a dimensão das atividades de vigilância eletrônica dos governos dos EUA e Grã-Bretanha
 (Getty images)

Edward Snowden: NSA revelou pela imprensa em junho de 2013 detalhes sobre a dimensão das atividades de vigilância eletrônica dos governos dos EUA e Grã-Bretanha (Getty images)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2014 às 11h48.

Londres - Terroristas alteraram substancialmente os métodos de comunicação desde os vazamentos feitos pelo ex-agente de inteligência norte-americano Edward Snowden, dificultando os esforços de interceptação das agências de inteligência, disse um funcionário graduado do governo britânico nesta terça-feira.

"O efeito Snowden foi muitíssimo severo", afirmou Stephen Phipson, diretor do Escritório Britânico de Segurança e Contraterrorismo (OSCT, na sigla em inglês), numa conferência sobre o tema em Londres.

Snowden, ex-prestador de serviços da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA, revelou pela imprensa em junho de 2013 detalhes sobre a dimensão das atividades de vigilância eletrônica dos governos dos EUA e Grã-Bretanha contra milhões de cidadãos do mundo todo.

"Nossos adversários, os terroristas que estão por aí, têm agora visão completa sobre o tipo de ferramentas e a gama de técnicas que estão sendo usadas pelos governos", disse ele. "Posso lhes dizer que os dados mostram uma redução substancial no uso desses métodos de comunicação como resultado dos vazamentos de Snowden." Snowden fugiu dos EUA, onde é acusado de espionagem, e conseguiu asilo temporário na Rússia.

Em suas revelações iniciais, ele disse aos jornais The Guardian e The Washington Post, que a NSA estava garimpando os dados pessoais de usuários do Google, Facebook, Skype e outras companhias norte-americanas, graças a um programa secreto conhecido como Prism.

Vazamentos posteriores indicaram que os EUA haviam monitorado conversas telefônicas de cerca de 35 líderes mundiais, inclusive a presidente do Brasil, Dilma Rousseff. Já o serviço britânico de inteligência, o GCHQ, foi acusado de interceptar milhões de videoconferências via Yahoo, como parte de uma enorme operação de vigilância.

Os EUA iniciaram reformas no seu programa de inteligência após as revelações, ao passo que a Grã-Bretanha insistiu no caráter legal das suas atividades.

"Alguns dos métodos que ele (Snowden) descreve o governo usa para monitorar o terrorismo, e como consequência natural você vê terroristas tentando usar outros métodos de comunicação", disse Phipson a um pequeno grupo de repórteres.

Acompanhe tudo sobre:Edward SnowdenNSATerrorismo

Mais de Mundo

Argentina registra décimo mês consecutivo de superávit primário em outubro

Biden e Xi participam da cúpula da Apec em meio à expectativa pela nova era Trump

Scholz fala com Putin após 2 anos e pede que negocie para acabar com a guerra

Zelensky diz que a guerra na Ucrânia 'terminará mais cedo' com Trump na Presidência dos EUA