Ataque: a investigação ainda não determinou a razão dessa viagem, que aconteceu menos de uma semana antes dos ataques em Barcelona e Cambrils (Sergio Perez/Reuters)
EFE
Publicado em 22 de agosto de 2017 às 12h34.
Paris - Os terroristas envolvidos nos atentados da Catalunha fizeram uma viagem "extremamente rápida" a Paris, cujas motivações estão sendo investigadas, apontou nesta terça-feira o ministro de Interior da França, Gérard Collomb, que informou que os serviços de inteligência franceses não vinham monitorando os membros da célula.
"Foi uma viagem de ida e volta extremamente rápida", ressaltou Collomb após indicar que, na sua opinião, os terroristas tinham ido à capital francesa "a trabalho".
Em uma entrevista transmitida pela emissora "BFMTV" e pela rádio "RMC", o ministro indicou que, no entanto, a investigação ainda não determinou a razão dessa viagem, que aconteceu menos de uma semana antes dos ataques em Barcelona e Cambrils.
Além disso, Collomb confirmou que radares detectaram, por excesso de velocidade, o carro dos terroristas.
Segundo a "BFMTV", no veículo viajavam Younes Abouyaaqoub, o autor do atropelamento nas Ramblas de Barcelona - abatido ontem pela polícia catalã -, e um dos cinco membros do atentado em Cambrils, cujo nome não foi revelado.
O carro foi o mesmo utilizado em Cambril, informou o jornal "Le Parisien", que - citando uma fonte policial - indicou que no veículo viajavam quatro pessoas.
Abouyaaqoub e o segundo terrorista - de acordo com a versão da "BFMTV" - se hospedaram em um hotel perto de Paris na noite de 11 de agosto e estiveram na capital francesa, onde se sabe que fizeram compras em lojas de departamento, mas nada que tivesse a ver com componentes químicos ou armas que pudessem ser usados para cometer atentados.
No dia 12, o carro foi detectado por excesso de velocidade por radares em Essone, ao sul de Paris, no departamento de Puy de Dome e depois no de Aude, o que demonstra que tomaram rapidamente o caminho de volta para a Espanha.
Collomb contou que as forças de segurança francesas souberam "que tinham vindo à região parisiense" e comunicaram às autoridades espanholas.
Ressaltou que desde que aconteceram os ataques "os serviços secretos franceses acompanharam o assunto em cooperação estreita com os serviços espanhóis" e que ontem mesmo conversou por telefone com o ministro de Interior da Espanha, Juan Ignacio Zoido.
Zoido estará amanhã em Paris para formalizar um dispositivo de cooperação na formação de agentes e guardas civis, para analisar a viagem dos terroristas e tratar outros aspectos relacionados ao intercâmbio de informações entre os respectivos governos.