Policiais perto da casa de shows Bataclan: para ganhar tempo ao se ver rodeado de agentes, terrorista pediu para negociar (Christian Hartmann/Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de novembro de 2015 às 10h03.
Paris - Um dos terroristas envolvidos no ataque à casa de espetáculos Bataclan de Paris, no qual morreram pelo menos 89 pessoas na sexta-feira, pediu aos policiais para negociar por telefone quando se viu rodeado pelos agentes que tomaram o edifício, informou neste domingo o jornal "Le Parisien".
"O terrorista queria negociar, talvez só ganhar tempo", disse a esse jornal um dos policiais que participaram da operação.
As forças da ordem se encontraram com ele no andar superior da sala de concertos, onde havia dezenas de cartuchos pelo chão, assim como carregadores atados com fita adesiva e um fuzil de assalto abandonado.
"Quando subimos havia corpos por todas partes na escada. Um verdadeiro açougue, não tinha visto nada igual em minha vida", declarou um dos agentes, que pediu anonimato.
Segundo seu relato, escutaram através da porta do quarto um homem que lhes gritava para que saíssem porque tinha explosivos e ia "fazer tudo voar pelos ares".
Os policiais tentaram falar com ele, que então lhes pediu para falar com um de seus superiores e, para isso, chegou a dar até seu número de telefone celular através da porta.
"Era como se estivesse preparando uma armadilha no interior do quarto", contou o agente.
Pouco depois, os policiais receberam a ordem de intervir, levaram à porta um escudo para se proteger de balas e justo nesse momento o homem disparou através do batente, ao que as forças da ordem responderam com granadas.
O terrorista conseguiu sair do quarto e tentou descer ao andar inferior, mas morreu quando o cinto de explosivos que levava foi ativado, não se sabe se pela onda expansiva das granadas ou porque ele mesmo o acionou.
Com pelo menos 89 vítimas mortais, o Bataclan foi o lugar que viveu o pior massacre na série de atentados na capital francesa, nos quais segundo a última apuração oficial morreram 129 pessoas e outras 352 ficaram feridas.