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Da Redação
Publicado em 28 de abril de 2011 às 14h10.
Bruxelas - A produção industrial e o consumo sofreram uma queda recorde em março no Japão, depois do terremoto e tsunami que devastaram o nordeste do país.
A produção das fábricas caiu 15,3% na comparação com fevereiro, o maior retrocesso em ritmo mensal registrado desde a criação do indicador em 1953.
A queda foi especialmente expressiva no setor do automóveis, tanto nas montadoras como no fornecimento de peças de reposição, segundo o ministério da Economia, com base em dados preliminares.
Também em março, e em ritmo mensal, as vendas recuaram 14,3% e os estoques 4,3%.
O terremoto de 9,0 graus de 11 de março e o tsunami posterior provocaram danos consideráveis na infraestrutura, nas residências e nas fábricas na região de Tohoku (nordeste), com um valor calculado pelas autoridades em 25 trilhões de ienes (311 bilhões de dólares).
Com a suspensão da produção nas centrais nucleares e térmicas, a catástrofe provocou uma escassez de energia elétrica que obriga as fábricas a limitar a atividade, afetada, para completar o quadro, por perturbações nos transportes.
As principais montadoras do país - Toyota, Nissan e Honda - reduziram a menos da metade a produção em consequência da falta de peças.
As fábricas de produtos eletrônicos também foram afetadas pelo desastre. A gigante Sony adiou a publicação dos resultados anuais, em consequência das dificuldades para estabelecer o balanço dos custos do desastre.
Inquietos com a crise inédita desde a Segunda Guerra Mundial, os japoneses reduziram os gastos não essenciais, como o lazer, automóveis ou roupas. O consumo médio familiar caiu 8,5% em ritmo anual em março, outro recorde.
Com a necessidade de reconstrução, os setores de construção, a indústria pesada e de telecomunicações, no entanto, podem se beneficiar em breve.
O ministério da Economia espera que a produção se recupere no mês de abril, com uma alta de 3,9%, e que em maio alcance 2,7%.
Ao mesmo tempo, o Banco do Japão (BoJ) reduziu em um ponto, a 0,6%, a previsão de crescimento econômico para o ano fiscal que vai de abril de 2011 a março de 2012. No entanto, elevou em 0,9 ponto, a 2,9%, a previsão de crescimento para o ano seguinte.
Também manteve a política monetária flexível, com uma taxa básica de juros reduzida, entre 0% e 0,1%.
O impacto da catástrofe na deflação, que há dois anos impede o crescimento, é difícil de avaliar. Os preços registraram queda de 0,1% em março.