Taipei, em Taiwan: ainda não há dados de participação, mas a televisão local "TVBS" indicou que foi de 71,7% (Thinckstock)
Da Redação
Publicado em 16 de janeiro de 2016 às 09h14.
Taipé - Os colégios eleitorais acabaram de fechar suas portas e começaram a apuração de votos das eleições presidenciais e legislativas deste sábado, marcadas pela pressão chinesa sobre uma jovem cantora da ilha.
Os centros de votação abriram às 8h (22h de sexta-feira em Brasília) e fecharam às 16h (6h), sem registrar incidentes de relevância.
Ainda não há dados de participação, mas a televisão local "TVBS" indicou que foi de 71,7%.
A apuração nos 386 centros em toda a ilha contará com a presença de representantes dos partidos e funcionários, que enviarão sua informação à Comissão Central.
A expectativa é que, em poucas horas, seja anunciada a vitória da grande favorita à presidência, Tsai Ing-wen, do Partido Democrata Progressista (PDP), mas os resultados das eleições parlamentares podem demorar até 22h (meio-dia em Brasília).
Nas últimas pesquisas realizadas pela "TVBS", dois dias antes das eleições e não publicadas, Tsai obteria 52% dos votos, seguida pelo governista Eric Chu, do Partido Kuomintang (KMT), com 32%. O PDP obteria 59 das 113 cadeiras, e o KMT 42.
As pressões chinesas sobre a artista Tzuyu, única taiuanesa no grupo coreano "Twice", e seu vídeo pedindo desculpas por ondear uma bandeira da ilha em um programa de televisão afetou esta eleição.
"Desencadeou sentimentos contra a China e estimulou o voto no PDP para que consiga a maioria parlamentar", disse hoje a organização "Repórteres de Taiwan" em seu site após publicar ontem à noite o vídeo com o pedido de desculpas da jovem.
Observadores locais e estrangeiros acompanham muito de perto não só a esperada vitória de Tsai, mas também qual o tamanho da vitória parlamentar de seu partido e o nível de perdas do KMT, que marcarão o espaço de manobra do novo executivo.
No plano internacional, o novo governo, que tomará posse em 20 de maio, deverá enfrentar não só a pressão chinesa pela integração econômica e política, mas a queda de sua competitividade econômica.
A China exigiu que o novo presidente de Taiwan reconheça o "Consenso de 1992", uma formulação ambígua que define Taiwan como parte da China, enquanto os Estados Unidos pediram que a paz e a estabilidade seja mantida no estreito.