Imagem de satélite divulgada em 6 de maio de 2022 pela Planet Labs PBC mostra a siderúrgica Azovstal em Mariupol, no Mar de Azov, em 4 de maio (AFP/AFP)
Da redação, com agências
Publicado em 17 de maio de 2022 às 10h06.
Após meses, terminou oficialmente o cerco à cidade de Mariupol, um dos redutos mais disputados na guerra na Ucrânia. Os mais de 250 combatentes que ainda estavam na siderúrgica de Azovstal, na cidade portuária, se renderam às tropas russas, encerrando, na prática, a defesa da cidade.
A notícia foi anunciada pelo ministério da Defesa russo nesta terça-feira.
"Nas últimas 24 horas, 265 combatentes entregaram as armas e se renderam, incluindo 51 que estavam gravemente feridos", afirmou o ministério em um comunicado.
A nota indica que as pessoas que precisam de atendimento serão levadas para um hospital de Novoazovsk.
Na segunda-feira, o ministério da Defesa ucraniano já havia anunciado que combatentes do país foram levados para um território controlado pela Rússia, incluindo 53 "gravemente feridos". Na semana passada, o governo da Ucrânia havia anunciado que mais de mil soldados ainda estavam no complexo.
Ainda não está claro se os soldados serão tratados como prisioneiros de guerra ou se serão autorizados a voltar a território controlado pela Ucrânia.
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A tendência é que, a partir de agora, a Rússia estabeleça oficialmente o controle em Mariupol, cidade portuária estratégica no sul da Ucrânia. Mariupol era um dos principais redutos ainda controlados pela Ucrânia ligando a Crimeia (anexada pela Rússia em 2014), ao sul, e os territórios separatistas de Donbas, ao leste.
Mariupol resistiu por mais de um mês após a invasão russa à Ucrânia, em 24 de fevereiro, sendo alvo de bombardeios intensos e ficando completamente destruída.
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O avanço russo na região se intensificou nas últimas semanas, com um cerco sangrento à cidade. Durante toda a guerra, Mariupol ficou quase sem água e energia, com pouca comida e rotas difíceis de evacuação, que precisavam passar por terra por territórios no entorno controlados pela Rússia.
As Nações Unidas e a comunidade internacional chegaram a pedir diversas vezes por períodos de cessar-fogo que ajudassem na evacuação dos mais de 100 mil civis que estavam no local. Parte dos civis esteve também refugiado em Azovstal, mas foram retirados há duas semanas em uma missão humanitária, sobrando apenas os combatentes.
(Com informações da AFP)