Mundo

Tentativa de republicanos de acabar com Obamacare fracassa

A desordem no Senado chacoalhou mercados financeiros, à medida que colocou dúvidas nas chances de aprovação de outras políticas de Trump

Protesto contra a lei da saúde: Trump sugeriu que talvez possa deixar os mercados de seguros criados sob o Obamacare afundarem (Yuri Gripas/Reuters)

Protesto contra a lei da saúde: Trump sugeriu que talvez possa deixar os mercados de seguros criados sob o Obamacare afundarem (Yuri Gripas/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 18 de julho de 2017 às 19h21.

Washington - Esforços republicanos para revisar ou revogar o Obamacare sucumbiram nesta terça-feira no Senado dos Estados Unidos, dando um revés acentuado para o presidente Donald Trump e a busca de sete anos do Partido Republicano em acabar com a lei de saúde que é marca do presidente Barack Obama.

A desordem no Senado controlado pelos republicanos chacoalhou mercados financeiros, à medida que colocou dúvidas nas chances de conseguir outras prioritárias políticas internas de Trump, como reforma fiscal, em um Congresso dividido.

Dizendo estar desapontado, Trump sugeriu na Casa Branca que talvez possa deixar os mercados de seguros criados sob o Obamacare afundarem e então tentar trabalhar com democratas em um resgate.

"Estamos provavelmente nesta posição na qual iremos somente deixar o Obamacare fracassar", disse Trump a repórteres. "Vamos deixar o Obamacare fracassar, e então os democratas virão até nós."

O líder republicano no Senado, Mitch McConnell, inicialmente disse que iria votar em uma revogação direta do Obamacare após se tornar claro na noite de segunda-feira que ele não tinha apoio suficiente para passar uma revisão da lei de saúde, mas a nova abordagem se desenrolou dentro de horas.

As senadoras republicanas Shelley Moore Capito, da Virgínia Ocidental, Susan Collins, do Maine, e Lisa Murkowski, do Alasca, rapidamente anunciaram que não iriam apoiar a revogação, aparentando condenar o esforço incipiente.

Com democratas unidos em oposição, republicanos podiam perder somente dois votos para aprovar a medida no Senado, onde possuem uma pequena maioria de 52 assentos a 48.

"Eu não acho que será construtivo revogar uma lei que neste momento é tão entrelaçada ao nosso sistema de saúde e então esperar que nos próximos dois anos cheguemos a algum tipo de substituição", disse Collins a repórteres.

O Obamacare aumentou o número de norte-americanos com seguros de saúde através de mandatos para indivíduos e empregadores e subsídios baseados em renda. Cerca de 20 milhões de norte-americanos ganharam coberturas de seguros através da lei.

Senadores republicanos discutiram durante o almoço nesta terça-feira se irão seguir em frente com a votação de revogação. McConnel disse posteriormente que o Senado deve manter a votação de revogação "no futuro muito próximo".

"Esta foi uma experiência muito, muito desafiadora para todos nós", disse McConnell, acrescentando que a Câmara precisa seguir para questões como reforma fiscal e pacotes de gastos para impulsionar a infraestrutura do país.

À medida que o projeto de lei de saúde caiu no Senado, líderes da Câmara dos Deputados, controlada pelo Partido Republicano, apresentaram um plano orçamentário colocando uma proposta revisão do código tributário no mesmo caminho processual partidário que levou à queda caótica da iniciativa anti-Obamacare na segunda-feira.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEstados Unidos (EUA)Partido Republicano (EUA)Saúde

Mais de Mundo

Biden e Xi Jinping se reúnem antes do temido retorno de Trump

Incêndio atinge hospital e mata 10 recém-nascidos na Índia

Irã nega encontro entre embaixador e Elon Musk

Tiro atinge avião da Southwest Airlines nos Estados Unidos