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Tensão política na Venezuela cria “crise do papel higiênico”

Escassez do produto chama atenção do mundo e vira assunto entre governo e oposição

Caixa em mercado do governo da Venezuela, em Caracas: escassez de produtos básicos vira discussão política (Mario Tama/Getty Images)

Caixa em mercado do governo da Venezuela, em Caracas: escassez de produtos básicos vira discussão política (Mario Tama/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2013 às 17h51.

São Paulo – O ambiente político na Venezuela, tenso desde as eleições realizadas em abril, tem feito com que alguns produtos de consumo básico (que já não costumam ser encontrados com tanta facilidade) sumam das prateleiras dos mercados. Um desses produtos é o papel higiênico, que começa a ficar em falta em algumas regiões do país.

Para tentar resolver a situação, o ministro da Indústria da Venezuela, Ricardo Menéndez, e do Comércio, Alejandro Fleming, visitaram nesta semana a sede da Papeles Venezolanos (Paveca), empresa que fabrica papel higiênico e guardanapos no país.

Segundo o site do próprio ministério, o governo autorizou que cerca de 50 milhões de rolos de papel higiênico sejam comprados de outros países, “para acalmar o nervosismo”. Os ministros não disseram, porém, de que países viriam esses rolos.

Os membros do governo fizeram questão de destacar que a empresa venezuelana responsável pelo produto tem capacidade de fabricar mais de 67 milhões de rolos de papel por mês para garantir reposição de estoques. Ainda assim, negociaram a instalação de linhas de produção adicionais na companhia.

O mais importante sobre este anúncio é o que a escassez pode sinalizar. Como lembra o jornal espanhol El País, o papel higiênico está numa lista de produtos que têm preços regulados pelo governo. Desde a última eleição, a Venezuela vive uma tensão política, com Henrique Capriles, candidato da oposição, questionando a eleição apertada do presidente Nicolás Maduro, sucessor de Hugo Chávez. Esse cenário pode promover a corrida popular por alguns produtos nas lojas e mercados.

O assunto virou discussão política. Segundo o governo, a culpa da escassez é da oposição, que numa campanha para desestabilizar Maduro, estaria incentivando compras nervosas por parte da população. Já o empresariado diz que a culpa é do controle de câmbio, que afugenta investimentos e preocupa sobre a estabilidade de preços. Capriles, por sua vez, usou o Twitter para provocar o governo sobre a situação.

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