Membro da delegação da Coreia do Norte reclama de bandeira trocada em erro diplomático recente nas Olimpíadas de Londres: tensão marca os 59anos do fim da Guerra da Coreia (Stanley Chou/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 27 de julho de 2012 às 09h29.
Seul - O armistício que pôs fim à Guerra da Coreia (1950-53) completa nesta sexta-feira seu 59º aniversário com uma persistente tensão entre Norte e Sul, cujas relações se encontram em um dos momentos mais frios da última década.
Neste ano, as duas Coreias protagonizaram diversos atritos, a mais recente delas iniciada depois que o regime de Kim Jong-un acusou Coreia do Sul e Estados Unidos de terem infiltrado dissidentes no país comunista para derrubar estátuas de seus venerados líderes.
As duas partes também não entram em acordo na hora de lembrar o 59º aniversário do armistício, que a Coreia do Sul deixou passar despercebido enquanto o regime do Norte o celebra em grande estilo.
"O Governo não deve realizar cerimônia alguma pelo aniversário", indicou nesta sexta-feira à Agência Efe um porta-voz do Ministério da Unificação de Seul.
Por outro lado, o representante sul-coreano assegurou que "estaremos atentos às celebrações na Coreia do Norte".
Na capital norte-coreana, Pyongyang, as autoridades do regime receberam veteranos de guerra procedentes de diferentes localidades por ocasião das celebrações do aniversário, segundo a agência estatal "KCNA".
Aproveitando a ocasião, a agência publicou nesta semana um relatório intitulado "A história da grande vitória na guerra contra o imperialismo dos EUA é eterna", no qual, em tom propagandístico, lembra as "façanhas" do "generalíssimo" Kim Il-sung, fundador do país e avô do atual líder.
A Guerra da Coreia, que pôs frente a frente o Norte comunista - apoiado pela China e a então URSS - e o Sul capitalista - assistido pelos EUA e as forças da ONU -, chegou ao fim há 59 anos com um "empate técnico", uma vez que a fronteira entre as duas nações ficou traçada praticamente no mesmo lugar em que estava no início.
Este conflito armado de três anos, o primeiro da Guerra Fria e um dos mais sangrentos da história, arrasou cidades inteiras da península coreana e deixou cerca de 2,5 milhões de mortos, segundo estimativas do Ministério da Defesa sul-coreano.