Um salva-vidas vê o mar na praia Carcavelos, em Portugal, antes da tormenta Leslie chegar (Rafael Marchante/Reuters)
AFP
Publicado em 14 de outubro de 2018 às 13h13.
A tempestade Leslie atingiu Portugal neste domingo de manhã com ventos de 176 km por hora, arrancando árvores e deixando centenas de milhares de casas sem eletricidade, antes de chegar ao norte da Espanha, onde perdeu intensidade.
O furacão, que percorreu o Oceano Atlântico desde 23 de setembro até tocar a terra, foi transformado em uma tempestade pós-tropical nas primeiras horas deste domingo. Grande parte do país estava em alerta vermelho.
"O pior já aconteceu. O fenômeno afetou as regiões da costa central e norte do país", disse à imprensa Luis Belo Costa, comandante da Proteção Civil portuguesa.
A tempestade deixou 28 feridos leves e cerca de sessenta pessoas tiveram de ser realojadas, disse o funcionário, acrescentando que o distrito de Coimbra (centro) foi o mais afetado, à frente das áreas de Leiria (centro), Aveiro (norte), Viseu (norte), Lisboa e Porto (norte).
No total, as equipes de emergência registraram mais de 2.500 incidentes, causados principalmente pelas árvores arrancadas ou por telhados danificados pela força dos ventos.
As autoridades pediram às frotas de pesca para regressar ao porto e a companhia aérea da TAP cancelou cerca de trinta voos de Lisboa ou para a capital portuguesa.
De acordo com registros meteorológicos citados em sites especializados, apenas cinco furacões atingiram essa costa do Oceano Atlântico, e "Leslie" seria o furacão mais poderoso a atingir Portugal desde 1842.
O furacão "Vince" atingiu o sul da Espanha em 2005, o primeiro registro desse tipo em 176 anos.
Em 2017, os ventos fortes e a onda de calor que levaram o furacão "Ofelia" ao largo das costas de Portugal e da região espanhola da Galiza provocaram grandes incêndios florestais que deixaram cerca de 40 mortos.
Ofelia, em seguida, transformou-se em uma tempestade pós-tropical e chegou à Irlanda, onde matou três pessoas.
Durante a noite, a tempestade atingiu o extremo norte de Portugal e continuou a mover-se em direção a Espanha, embora perdendo intensidade.
A cidade fronteiriça de Zamora (oeste) registrou rajadas de ventos de 100 km/h.
A agência meteorológica EMET havia alertado que as regiões das Astúrias, León e Cantábria seriam especialmente afetadas por fortes chuvas.
A Espanha foi duramente atingida nesta semana por fortes chuvas na ilha de Mallorca (leste), onde 12 pessoas morreram nas enchentes na terça-feira.
No total, as equipes de emergência registraram mais de 1.900 incidentes, a maioria causados por árvores arrancadas, ou de telhados danificados pela força do vento.
Cerca de 324 mil pessoas sofreram com cortes de luz mas, neste domingo pela manhã, em quase todas as casas a situação estava normalizada.
Em Mealhada, distrito de Aveiro, a final do campeonato europeu feminino de hóquei sobre patins entre Portugal e Espanha, teve de ser interrompida a dois minutos do final, pois uma parte da cobertura do centro esportivo voou pelos ares e caíram fragmentos de materiais sobre a pista.
Em Figueira da Foz, principal cidade costeira da região de Coimbra, localizada a uns 200 km ao norte de Lisboa, os habitantes viveram momentos de pânico."Nunca havia visto nada assim. A cidade parecia em estado de guerra, com carros amassados pelas árvores que caíram", declarou um deles à televisão privada SIC.
"Não tínhamos como sair durante mais de una hora de uma sala de espetáculos, sem eletricidade e sem rede de telefone. As pessoas estavam muito preocupadas", concluiu.
Na Espanha, a agência meteorológica, AEMET, advertiu que as regiões de Asturias, León e Cantabria seriam especialmente afetadas pelas fortes chuvas que provocariam a tormenta no norte do país.
A Proteção Civil aconselhou aos motoristas circularem lentamente e não pararem nas zonas que poderiam sofrer com inundações. Também recomendou aos habitantes que se mantenham afastados das árvores, telhados ou zonas em obras.
A Espanha foi muito afetada esta semana por fortes chuvas na ilha de Mallorca, onde 12 personas morreram nas inundações.
A Proteção Civil portuguesa havia pedido à população que se afastasse da costa e evitasse sair de suas casas.
As autoridades pediram a frotas de pescadores para voltarem ao porto e a companhia aérea TAP cancelou sete voos saindo de Lisboa com destino a capital portuguesa.
Pouco antes de anoitecer, o mar ficou agitado nas praias situadas ao sul da capital portuguesa e vários surfistas que queriam desafiar o mar foram obrigados a voltar à areia, constatou uma fotógrafa da AFP.
Segundo os registros meteorológicos citados em sites especializados, apenas cinco furacões chegaram a esta região do Oceano Atlântico, e Leslie seria o furacão mais poderoso que atinge Portugal desde 1842.
O furacão Vince atingiu o Sul da Espanha em 2005, o primeiro registro desse tipo em 176 años.
Em 2017 os fortes ventos e a onda de calor que levou a tormenta Ofelia até as costas de Portugal e da região da Galícia provocaram grandes incêndios florestais que deixaram cerca de 40 mortos.
Ofélia se transformou logo em tormenta pós-tropical e atingiu a Irlanda, onde matou três pessoas.