Furacão Harvey: presidente dos EUA, Donald Trump, visitou o Texas na terça-feira para avaliar os danos (Rick Wilking/Reuters)
Reuters
Publicado em 30 de agosto de 2017 às 12h00.
Última atualização em 30 de agosto de 2017 às 12h04.
Houston - A tempestade tropical Harvey atingiu o Estado norte-americano da Louisiana nesta quarta-feira, levando mais chuva depois de estabelecer recordes de precipitação no Texas que causaram inundações catastróficas e paralisaram Houston, um polo energético do país.
A tempestade que chegou ao continente na sexta-feira na condição de furacão mais poderoso a atingir o Texas em mais de 50 anos matou ao menos 17 pessoas e obrigou dezenas de milhares a abandonar suas casas alagadas.
Os danos foram estimados em dezenas de bilhões de dólares, o que fez deste um dos desastres naturais mais caros da história dos Estados Unidos.
Há algum alívio à vista para Houston, a quarta maior cidade dos EUA, já que os meteorologistas dizem que cinco dias de chuvas torrenciais podem chegar ao fim agora que a tempestade está acelerando e se afastará da região do Golfo do México mais tarde nesta quarta-feira.
O Harvey tocou voltou ao continente no início da quarta-feira e estava cerca de 40 quilômetros a oeste de Lake Charles, na Louisiana. Ele deve provocar entre 7,5 e 15,24 centímetros a mais de chuvas em uma área a cerca de 130 quilômetros ao leste de Houston, e ainda no sudoeste da Louisiana, onde algumas áreas já receberam mais de 45 centímetros de chuva.
Várias centenas de pessoas já foram resgatadas de suas casas em Lake Charles, onde as águas das enchentes estavam na altura dos joelhos em alguns locais, disse o prefeito, Nic Hunter, à CNN.
"Somos um povo muito resistente. Sobreviveremos. Cuidaremos uns dos outros aqui no Texas e na Louisiana", afirmou Hunter. "Mas realmente precisamos de alguma ajuda do governo federal, estes donos de casas e estas pessoas que foram deslocadas. Esta será nossa maior necessidade."
A previsão é que o Harvey perca força ao rumar terra adentro na direção nordeste, informou o Centro Nacional de Furacões.
"Não teremos que lidar com ele por muito mais tempo. Ele vai pegar embalo e sair daqui", disse Donald Jones, meteorologista do Serviço Nacional do Clima em Lake Charles.
Mas quase um terço do condado de Harris, uma área 15 vezes maior do que Manhattan que inclui Houston, está debaixo da água, segundo o jornal Houston Chronicle. Pode levar dias para todas as águas das enchentes, que transbordaram de represas e deixaram os diques no limite, recuarem, disseram autoridades locais.
As autoridades municipais estão se preparando para abrigar temporariamente cerca de 19 mil pessoas, com a expectativa de que milhares de outras pessoas precisem de ajuda. Até a manhã desta quarta-feira, perto de 49 mil lares haviam sofrido danos das inundações e mais de mil haviam sido destruídos, disseram autoridades estaduais.
O prefeito de Houston, Sylvester Turner, impôs um toque de recolher entre a meia-noite e as 5h devido aos relatos de saques, roubos com arma e pessoas se fazendo passar por policiais.
O presidente dos EUA, Donald Trump, visitou o Texas na terça-feira para avaliar os danos do pior desastre natural a testar sua liderança em crises e disse que está satisfeito com a reação, mas que é cedo demais para cantar vitória.