Porto inundado na Alemanha: "ventos não foram tão fortes quanto temíamos", reconheceu meteorologista que trabalha para serviço alemão de previsões meteorológicas (AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de dezembro de 2013 às 19h43.
Berlim - A tempestade Xaver, que está varrendo o norte e o leste da Europa desde quinta-feira, provocou a morte de dez pessoas, mas as previsões mais pessimistas não foram confirmadas.
Três pessoas morreram na Polônia quando uma árvore foi derrubada pelo vento e esmagou um automóvel, no norte do país. Uma quarta pessoa ficou ferida neste incidente.
Cerca de 400.000 casas estavam sem energia elétrica no norte da Polônia, e outras 50.000 na Suécia. No sul da Suécia, a queda de uma árvore matou um homem, indicou a polícia regional, enquanto uma senhora morreu na neve, perto de seu apartamento, no norte do país, segundo a imprensa.
Dois marinheiros filipinos que caíram no mar quando navegavam no sul da Suécia ainda não foram encontrados e não há chances de encontrá-los vivos. Na quinta-feira, um caminhoneiro morreu em um acidente de trânsito na Escócia e um homem que estava em uma cadeira de rodas foi esmagado na queda de uma árvore na Inglaterra. Na Dinamarca, uma idosa perdeu a vida quando seu carro foi virado pelo forte vento.
Com isso, o registro de mortos da tempestade Xaver chegou a dez. No entanto, os danos materiais continuam sendo muito inferiores às previsões mais pessimistas anunciadas pelas autoridades antes da tempestade. Em Hamburgo, atingida pela Xaver na noite de quinta-feira, o mercado de peixe e grande parte dos bairros do porto foram inundados.
E embora o aumento da maré tenha batido o recorde da terrível tempestade de 1962, que deixou 340 mortos, com 6,09 metros pouco depois das 05h00 GMT (03h00 de Brasília), não submeteu a muita pressão os diques construídos nos últimos anos, que podem conter um nível do mar de até 7,5 metros de altura e, em alguns locais, de até 9 metros.
Em geral, "os ventos não foram tão fortes quanto temíamos", reconheceu Christian Herold, meteorologista que trabalha para o serviço alemão de previsões meteorológicas. "Todos foram advertidos com bastante antecedência e estavam bem preparados", acrescentou.
Os bombeiros da cidade indicaram que houve menos intervenções do que durante a tempestade Christian, que passou pela Alemanha no fim de outubro. As escolas permaneciam fechadas nesta sexta-feira em grande parte do norte da Alemanha e em outras regiões, como no norte de Berlim, foi anunciado que as ausências escolares não seriam punidas, permitindo que os pais decidissem se enviariam ou não seus filhos à escola.
Já os transportes, sejam marítimos, aéreos ou ferroviários, foram fortemente atingidos. Na Alemanha, a Deutsche Bahn interrompeu todas as suas viagens ferroviárias de longa distância passando pelo Estado regional de Schleswig-Holstein, na fronteira com a Dinamarca.
Segundo um site especializado em passagens, fluege.de, 531 voos foram cancelados na Alemanha entre quinta e sexta-feira. Na Bélgica, os diques e os sacos de areia resistiram ao maior aumento no nível das águas em várias décadas, que chegou a 6,33 metros durante a noite.
"Não tivemos grandes problemas em nenhum lugar. Isso se deve principalmente às obras realizadas antes", explicou o governador da província de Flandres ocidental, Carl Decaluwé. Na Holanda, as inundações atingiram Rotterdam e a cidade vizinha de Dordrecht. A companhia aérea KLM cancelou 20 voos previstos para esta sexta-feira.
Todo o tráfego ferroviário foi interrompido no sul da Suécia e várias linhas de ferry foram suspensas. No entanto, a situação se acalmará de agora em diante, apesar das grandes chuvas esperadas. "OS ventos enfraquecerão durante o dia de hoje (sexta-feira) e amanhã (sábado) isto será passado", declarou Herold.