Site do "Daily Telegraph": jornal gravou secretamente declarações de políticos (Peter Macdiarmid/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 13 de janeiro de 2011 às 12h38.
Londres - O organismo de controle dos meios de comunicação no Reino Unido abriu uma investigação sobre o jornal britânico "Daily Telegraph" por ter recorrido supostamente a repórteres disfarçados de eleitores para gravar escondido conversas de membros do Partido Liberal-Democrata.
O presidente do partido, Tim Farron, enviou nesta quinta-feira uma carta à Comissão de Queixas da Imprensa na qual pede a este organismo que avalie o sucedido.
O caso faz referência aos comentários feitos pelo atual ministro, Vince Cable, nos quais o político opinava sobre o Governo de coalizão, e que foram gravadas secretamente por repórteres que se passavam por eleitores.
Cable provocou uma tempestade política ao afirmar que a situação com o Executivo de coalizão entre liberal-democratas e conservadores era "como lutar em uma guerra" e acrescentou que ele poderia recorrer à "opção nuclear" de renunciar, declarações que o jornal publicou.
A Comissão de Queixas da Imprensa afirmou que 200 pessoas entraram em contato com o organismo em relação ao caso.
A atuação do jornal foi criticada nesta quinta-feira durante uma sessão na Câmara por um deputado conservador, George Young, que argumentou que as táticas empregadas pelo "The Daily Telegraph" tinham prejudicado a relação entre os eleitores e os deputados além de negar que se tratasse de um "jornalismo responsável".