César Alierta: "chegou a hora de fechar o acordo de livre-comércio entre a UE, Brasil e Mercosul. Poucas regiões são tão complementares nos dias atuais" (Divulgação/Telefônica)
Da Redação
Publicado em 4 de outubro de 2011 às 08h44.
Bruxelas - O presidente da empresa espanhola Telefônica, César Alierta, considera que é hora de concluir o acordo entre a União Europeia e o Mercosul para criação de uma área de livre-comércio, defendeu nesta terça-feira durante a cúpula econômica entre o bloco e o Brasil realizado em Bruxelas.
"Chegou a hora de fechar o acordo de livre-comércio entre a UE, Brasil e Mercosul. Poucas regiões são tão complementares nos dias atuais", assinalou Alierta em discurso.
Alierta falou em seu discurso nas possibilidades dessa associação e garantiu que, no âmbito das novas tecnologias, "a América Latina e a Europa têm capacidade para competir no Vale do Silício (Califórnia, nos Estados Unidos)".
O presidente da Telefônica demonstrou convicção de que a cúpula política realizada em Bruxelas impulsionará o lançamento de novas iniciativas para reforçar essa relação.
Face ao futuro destacou o "enorme potencial" do Brasil, América Latina e Europa como "fonte de talento ainda inexplorado" e explicou que, com esse objetivo, a companhia estreou seu programa Wayra, destinado a identificar talentos e impulsionar projetos inovadores.
O presidente da Telefônica afirmou que sua empresa sempre "manteve sua fé e compromisso" na América Latina, frente a outras sociedades reticentes em investir na região e se referiu à crescente presença no Brasil, país do que destacou o bom marco regulador existente.
"Para todos os investidores e empreendedores europeus que têm interesses no Brasil é importante constatar que a estabilidade institucional existente é a maior de toda a região", assinalou.
Além disso, destacou que a Telefônica é um elemento "chave" na economia brasileira, onde opera há 14 anos.
A empresa espanhola conta no Brasil com mais de 100 mil empregos diretos e 3,5 mil provedores locais e tem 80 milhões de clientes no mercado brasileiro, perto de um quarto de sua clientela global.
O encontro do qual participou Alierta, ao que assistem também representantes do Banco Santander, Shell, Petrobras e outras grandes empresas, ocorre paralelo à cúpula política UE-Brasil, onde serão impulsionados diferentes acordos de cooperação em áreas como o transporte aéreo e a investigação.