Tripulante retira passageiro de voo da United Airlines (YouTube/Divulgação)
Gabriela Ruic
Publicado em 23 de fevereiro de 2017 às 12h35.
Última atualização em 23 de fevereiro de 2017 às 12h52.
São Paulo – Dois passageiros, um homem e uma mulher, foram retirados de um voo da United Airlines que voava de Chicago (Illinois) para Houston (Texas) no último sábado. O homem teria feito comentários ofensivos contra outros passageiros.
Um vídeo que mostra momentos do episódio vem circulando pela internet desde então e repercutiu nos principais noticiários dos Estados Unidos, como o jornal The Washington Post (WaPO) e o site de notícias Huffington Post.
De acordo com relatos de pessoas que se encontravam na aeronave ouvidos pela emissora KHOU, de Houston, esse homem, que não foi identificado, teria se dirigido a dois passageiros de origem paquistanesa perguntando se carregavam alguma bomba.
Ao ser ignorado, repetiu a pergunta, fazendo com que outras pessoas começassem a reclamar do seu comportamento para a tripulação.
Em seguida, o homem continuou desferindo ofensas. À uma mulher que viajava com seu namorado, que é de descendência indiana, disse que todos os imigrantes ilegais e estrangeiros deveriam ir embora do país.
Minutos depois, um membro da tripulação se aproximou pedindo que ele e sua acompanhante o seguissem para fora da aeronave. Sob vaias e aplausos de outros passageiros, a dupla deixou o local. “Tchau, racistas”, disse a moça que filmava o incidente. “Essa não é a America de Donald Trump”, continuou ela.
Veja o vídeo abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=x1RCR6iVUXk
Segundo um porta-voz da United Airlines, entrevistado pelo WaPO, os dois passageiros retirados disseram compreender a razão pela qual tiveram de abandonar o voo e foram alocados em uma aeronave que decolou em seguida.
“Removemos dois passageiros que fizeram outros se sentirem desconfortáveis por seus comentários inapropriados”, disse ele. Ainda segundo esse porta-voz, retirar passageiros de um voo é algo raro, mas a aérea está disposta a fazê-lo sempre que necessário para oferecer um “ambiente seguro” aos clientes.
Desde o início da corrida eleitoral em 2015 até o momento, autoridades americanas notaram um aumento nas taxas de crimes de ódio no país, especialmente contra muçulmanos.
Segundo uma reportagem do jornal The New York Times, que avaliou um estudo produzido pelo FBI, apenas em 2015, quase 6 mil crimes deste tipo foram registrados nos EUA, 6% a mais que o observado em 2014. 59% desses casos foram motivados pela “raça, etnia ou descendência” da vítima, enquanto 18% dos incidentes basearam-se na orientação sexual delas.
Na semana das eleições (9 de novembro de 2016), informou a publicação, organizações de defesa de direitos humanos denunciaram dezenas de ataques verbais e físicos contra minorias.