Taxi na Itália: caso seja mantida, a liberação do setor permitirá que as licenças sejam adquiridas gratuitamente, o que deverá aumentar a frota (Vittorio Zunino Celotto/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 13 de janeiro de 2012 às 09h40.
Roma - Os taxistas italianos decidiram manter a greve iniciada na última quinta-feira em protesto contra a liberalização no setor, uma medida que foi incluída no plano de reforma anunciado pelo Governo tecnocrata de Mario Monti.
Nesta sexta-feira, os taxistas da capital italiana devem se concentrar em frente à sede de Governo para expressar todo o descontentamento com a medida. Caso seja mantida, a liberação do setor permitirá que as licenças sejam adquiridas gratuitamente, o que deverá aumentar a frota.
Apesar de a greve estar marcada somente para o dia 23 de janeiro, os protestos já foram iniciados na última quinta-feira, nas principais cidades italianas. Em Nápoles, por exemplo, os taxistas se negaram a circular, mas garantiram o serviço aos idosos e incapacitados.
Na manhã desta sexta-feira, em Roma, os taxistas se concentram na Praça Veneza e também se negaram a circular. Com a falta de taxi nas ruas, alguns problemas já estão sendo registrado na capital italiana, principalmente na estação central de Termini e no aeroporto Leonardo da Vinci.
No aeroporto milanês de Linate, onde os motoristas explicaram que estão participando de assembléias, também é impossível encontrar um taxi disponível.
Em 2007, o então Governo de Romano Prodi já havia tentado liberar o setor, porém, os taxistas realizaram manifestações, greves e bloquearam durante dias as principais cidades do país. Após o registro destes fatos, a medida acabou sendo cancelada.
Os taxistas consideram injusta a norma pela que se concederão gratuitamente as licenças, já que atualmente os taxistas pagam uma média de 150 mil euros para obtê-las.
Com a liberação, o Governo italiano pretende duplicar o número de licenças no país. A cidade de Roma, por exemplo, passaria de 7.500 para 15 mil, enquanto Nápoles teria 4.400.
Os taxistas napolitanos, cujos turnos são de 10 horas por dia e cinco dias por semana, asseguram que com a liberação das licenças não haveria trabalho para todos, já que as despesas aumentaram muito, sobretudo, o combustível.
O Executivo italiano está preparando um decreto lei para fomentar o crescimento do país com um pacote de liberalizações, que, além dos táxis, também chegará ao setor energético e o farmacêutico, entre outros.