Timor: Taur promete melhorar as condições dos mais desfavorecidos, liderar a transformação do jovem país, e promover a igualdade de gênero (Lirio da Fonseca/Reuters)
EFE
Publicado em 22 de junho de 2018 às 13h55.
Última atualização em 22 de junho de 2018 às 14h31.
Bangcoc - José María Vasconcelos, mais conhecido pelo nome de guerrilheiro Taur Matan Ruak, tomou posse nesta sexta-feira em Díli como primeiro-ministro do Timor Leste, com a promessa de melhorar as condições dos mais desfavorecidos e liderar a transformação do jovem país.
Em seu primeiro discurso, Taur Matan Ruak, que significa "dois olhos vivos", disse que o Timor Leste "vive um momento decisivo" no qual é preciso melhorar o bem-estar da população e garantir um melhor aproveitamento dos recursos naturais.
"Um país não prospera só se alguns prosperam e diferentes grupos vulneráveis continuam vivendo com grande carência", destacou o político de 61 anos, que ocupou a presidência do país, um cargo mais honorário, entre 2012 e 2017.
Taur Matan Ruak também se comprometeu a promover a igualdade de gênero e estendeu as mãos à oposição para trabalhar unidos pelo bem nacional.
Segundo o Banco Mundial, o índice de pobreza ronda 41,8% nessa jovem nação, com uma população de 1,3 milhão de habitantes e onde os principais ingressos do Estado, os da exploração dos recursos energéticos, caíram de US$ 1 bilhão em 2015 até US$ 400 milhões em 2016.
As reservas energéticas representam cerca de 70% do PIB e cerca de 90% dos ingressos do Estado.
Os especialistas do Banco Mundial acreditam que o maior desafio tributário desta nação, com uma superfície de 14.874 quilômetros quadrados, é passar de uma economia dependente da exploração das reservas de petróleo e gás a outra mais diversa e sustentada e com maior participação do setor privado.
Taur Matan Ruak, líder do Partido de Libertação Popular (PLP), governará com o apoio de 35 das 65 cadeiras do Parlamento unicameral.
Os 35 apoios correspondem aos postos conquistados pela Aliança para a Mudança e o Progresso nas eleições legislativas realizadas de modo antecipado em maio.
Esta aliança é formada pelo PLP, com oito deputados; o Congresso Nacional para a Reconstrução do Timor Leste (CNRT), dirigido por Xanana Gusmão, com 22 parlamentares, e o Kmanek Haburas Singularidade Nasional Timor Oan (KHUNTO), com cinco.
A oposição parlamentar recai na histórica Frente Revolucionária do Timor Leste Independente (Fretilin), com 23 cadeiras, e do Partido Democrata (PD), com 7.
A República Democrática do Timor Leste nasceu em 20 de maio de 2002 como um dos países mais pobres do mundo e um passado marcado pelo colonialismo português, a ocupação indonésia (1975-1999) e a transição tutelada pela ONU.