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Tratamento às vítimas do voo MH17 é degradante, diz Alemanha

Governo da Alemanha classificou como degradante a situação no local onde o avião da Malaysia Airlines caiu na Ucrânia

Corpos de vítimas do avião da Malaysia Airlines que caiu no leste da Ucrânia (Maxim Zmeyev/Reuters)

Corpos de vítimas do avião da Malaysia Airlines que caiu no leste da Ucrânia (Maxim Zmeyev/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2014 às 11h33.

Berlim - O governo da Alemanha classificou nesta segunda-feira como "degradante" a situação no local onde caiu o avião da Malaysia Airlines, na Ucrânia, onde os observadores da OSCE veem dificultado seu trabalho e não se dá um tratamento correto às vítimas nem estão sendo guardados os destroços do aparelho.

"O que estamos vendo nas imagens que recebemos do lugar supera qualquer descrição", indicou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Martin Schäfer, para lembrar que entre as vítimas da "suposta derrubada" do avião de passageiros há quatro alemães.

O fato de que os separatistas pró-Rússia tenham dado mais facilidades aos jornalistas do que aos membros da Organização para a Segurança e Cooperação Europeus (OSCE) é "intolerável", como é "doloroso" para os familiares das vítimas ver o tratamento que recebem os restos mortais de seus próximos.

Schäfer evitou explicitar quais podiam ser as medidas contra a Rússia que os ministros das Relações Exteriores da UE adotarão amanhã na reunião que terão em Bruxelas, enfocando essa questão.

No entanto, insistiu em que essas medidas - incluindo um endurecimento das sanções - não precisarão passar novamente pela ratificação dos líderes da UE, já que estes já deixaram estabelecida uma "plataforma de atuação" em sua última cúpula, na semana passada, antes da tragédia do avião.

"No sexto ponto das resoluções ficou claro que se contemplavam medidas concretas contra pessoas físicas ou jurídicas russas que apoiem, financeiramente ou de outro modo, os separatistas pró-Rússia", disse Schäfer.

O porta-voz explicou ainda que as medidas adotadas até agora pela UE ou as futuras não têm o alcance das decididas pelos Estados Unidos, já que as europeias devem ter uma base jurídica e não basta, como nos Estados Unidos, com a assinatura do presidente do país.

"A escala da UE, não basta a suspeita, mas devem estar sustentadas em provas juridicamente verificáveis pelo Tribunal Europeu", acrescentou.

O porta-voz evitou fazer avaliações sobre o que podem representar essas medidas para o presidente Vladimir Putin e se as restrições em escala internacional são "a última oportunidade" de reação que se lhe dá, como deixaram entrever tanto Washington como a chanceler, Angela Merkel.

A chefe do governo, oficialmente de férias desde sábado embora continue "em serviço", segundo sua vice-porta-voz Christiane Wirtz, multiplicou no domingo seus contatos ao mais alto nível e manteve uma nova conversa telefônica com Putin.

Merkel pediu novamente ao líder russo que pressione os separatistas russófilos para ativar uma investigação internacional do incidente aéreo e iniciar o diálogo político com Kiev.

A chanceler falou, além disso, por telefone com o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron; o presidente francês, François Hollande; os primeiros-ministros da Austrália, Tony Abbott; Holanda, Mark Rutte; e Finlândia, Alexander Stubb; assim como com o presidente ucraniano, Petro Poroshenko.

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