Um dia após o presidente americano Donald Trump afirmar que vai aplicar, a partir deste sábado, tarifas de 25% sobre os produtos mexicanos e canadenses, os principais parceiros comerciais dos EUA reagiram.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse que as tarifas de Trump "anulariam” o pacto de livre comércio da América do Norte. A ministra de Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly, afirmou que a decisão pode fazer com que os EUA se tornem dependentes do petróleo da Venezuela.
“Enviamos petróleo com desconto, que, no fim das contas, é refinado no Texas. Se não formos nós, será a Venezuela”, afirmou Mélanie em entrevista ao jornal britânico Financial Times, referindo-se aos tipos pesados de petróleo produzidos na Venezuela e no Canadá, dos quais muitas refinarias americanas dependem. “Não há outra opção na mesa, e este governo (dos EUA) não quer trabalhar com a Venezuela”, acrescentou.
Impacto no setor energético e automotivo
O México é um grande exportador de frutas, o Canadá é a principal fonte de petróleo bruto para os EUA, e ambos os países são fundamentais para o setor automotivo. Apesar de os EUA serem o maior produtor de petróleo do mundo, as refinarias do Meio-Oeste dependem do Canadá para até 75% do petróleo bruto que processam.
“O USMCA tem a ver com livre comércio e ausência de tarifas. Se esse cenário ocorrer, obviamente o acordo comercial seria deixado de lado”, afirmou a presidente mexicana durante a coletiva de imprensa que concede às sextas-feiras.
Com um possível anúncio se aproximando, o ministro da Economia do México, Marcelo Ebrard, afirmou que as tarifas afetariam 12 milhões de consumidores dos EUA que compram carros fabricados no México. Os preços de refrigeradores, computadores, televisores, cerveja e frutas também aumentariam, e os consumidores americanos poderiam enfrentar escassez desses produtos. Por essa razão, as tarifas seriam “um erro estratégico” para os EUA, concluiu Ebrard.
Canadá prepara lista de retaliação
Autoridades do governo do primeiro-ministro Justin Trudeau já elaboraram uma lista de produtos americanos que poderão ser alvo de tarifas caso a guerra comercial se intensifique. O valor estimado da retaliação é de US$ 105 bilhões, segundo fontes próximas ao governo.
Entre os produtos que podem ser taxados estão:
Café da Louisiana
Bourbon do Kentucky
A medida é semelhante à adotada em 2018, quando Trump impôs tarifas sobre as importações de aço e alumínio.
Além disso, Trudeau considera opções ainda mais drásticas, incluindo impostos sobre exportações estratégicas do Canadá para os EUA, como petróleo e urânio.
Estimativa de perda bilionária para os EUA
O Instituto Peterson de Economia Internacional calcula que uma tarifa de 25% contra o México e o Canadá reduziria o PIB dos EUA em cerca de US$ 200 bilhões até o fim do governo Trump. Já uma tarifa adicional de 10% sobre produtos da China reduziria o PIB americano em US$ 55 bilhões nos próximos quatro anos.
'Os americanos vão pagar preços mais altos pelos carros'
A indústria automotiva ilustra os desafios da integração econômica da América do Norte: empresas com sede nos EUA utilizam peças, instalações e trabalhadores nos três países. Executivos do setor afirmam que o impacto das tarifas sobre automóveis seria sentido rapidamente.
“Os americanos serão forçados a pagar preços mais altos pelos carros por um longo período, e isso simplesmente não é viável”, afirmou Linda Hasenfratz, presidente executiva da fabricante de autopeças Linamar Corp.
Francisco González, presidente executivo da Associação Nacional da Indústria de Autopeças, disse que substituir muitos componentes por materiais dos EUA é difícil, seja pelo grande volume – o volante de um único modelo de veículo pode ter 30 peças diferentes – ou pela escassez.
“Os Estados Unidos não têm a mão de obra necessária para realizar essas atividades”, acrescentou.
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O presidente dos EUA, Joe Biden, e a primeira-dama Jill Biden posam ao lado do presidente eleito Donald Trump e Melania Trump ao chegarem à Casa Branca em Washington, DC, em 20 de janeiro de 2025, antes de partirem para o Capitólio dos EUA, onde Trump será empossado como o 47º presidente dos EUA. (Foto de ROBERTO SCHMIDT / AFP)
(O presidente dos EUA, Joe Biden, e a primeira-dama Jill Biden posam ao lado do presidente eleito Donald Trump e Melania Trump ao chegarem à Casa Branca em Washington, DC, em 20 de janeiro de 2025, antes de partirem para o Capitólio dos EUA, onde Trump será empossado como o 47º presidente dos EUA. (Foto de ROBERTO SCHMIDT / AFP))
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Donald Trump chegando à Casa Branca recebido por Joe Biden
(Donald Trump chegando à Casa Branca recebido por Joe Biden)
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Donald Trump e Melania Trump em cerimônia religiosa de posse
(Donald Trump e Melania Trump em cerimônia religiosa de posse)
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Donald Trump e Melania Trump cerimônia religiosa de posse
(Donald Trump e Melania Trump cerimônia religiosa de posse)
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O presidente Joe Biden e sua vice Kamala Harris se preparam para cumprimentar o presidente eleito Donald Trump na Casa Branca em Washington
(O presidente Joe Biden e sua vice Kamala Harris se preparam para cumprimentar o presidente eleito Donald Trump na Casa Branca em Washington)
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Donald Trump ao lado de sua esposa no seu juramento
(Donald Trump ao lado de sua esposa no seu juramento)
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JD Vance é empossado como vice-presidente pelo juiz da Suprema Corte Brett Kavanaugh enquanto Usha Vance segura a Bíblia durante a 60ª posse presidencial na Rotunda do Capitólio dos EUA em Washington, DC, em 20 de janeiro de 2025. (Foto de Morry Gash / POOL / AFP)
(JD Vance é empossado como vice-presidente pelo juiz da Suprema Corte Brett Kavanaugh enquanto Usha Vance segura a Bíblia durante a 60ª posse presidencial na Rotunda do Capitólio dos EUA em Washington, DC, em 20 de janeiro de 2025)
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WASHINGTON, DC - 20 DE JANEIRO: (E-D) Priscilla Chan, Meta e CEO do Facebook Mark Zuckerberg, e Lauren Sánchez comparecem à posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, na Rotunda do Capitólio dos EUA em 20 de janeiro de 2025 em Washington, DC. Donald Trump toma posse para seu segundo mandato como o 47º presidente dos Estados Unidos. (Foto de Chip Somodevilla/Getty Images)
(Priscilla Chan, Meta e CEO do Facebook Mark Zuckerberg, e Lauren Sánchez comparecem à posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, na Rotunda do Capitólio dos EUA em 20 de janeiro de 2025 em Washington, DC)
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(E-D) O CEO do Google, Sundar Pichai, fala com o CEO da Tesla e da SpaceX, Elon Musk, quando eles chegam para a cerimônia de posse antes de Donald Trump tomar posse como 47º presidente dos EUA na Rotunda do Capitólio dos EUA em Washington, DC, em 20 de janeiro de 2025
(O CEO do Google, Sundar Pichai, fala com o CEO da Tesla e da SpaceX, Elon Musk, quando eles chegam para a cerimônia de posse antes de Donald Trump tomar posse como 47º presidente dos EUA na Rotunda do Capitólio dos EUA em Washington, DC, em 20 de janeiro de 2025)
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Convidados, incluindo Mark Zuckerberg, Jeff Bezos, Sundar Pichai e Elon Musk, chegam antes da 60ª posse presidencial na Rotunda do Capitólio dos EUA em Washington, segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
(Convidados, incluindo Mark Zuckerberg, Jeff Bezos, Sundar Pichai e Elon Musk, chegam antes da 60ª posse presidencial na Rotunda do Capitólio dos EUA em Washington, segunda-feira, 20 de janeiro de 2025)
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Donald Trump em seu discurso de posse
(Donald Trump em seu discurso de posse)
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Joe Biden aperta a mão de Donald Trump em sua posse
(Joe Biden aperta a mão de Donald Trump em sua posse)
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Congresso dos EUA, decorado para a cerimônia de posse
(Congresso dos EUA, decorado para a cerimônia de posse)
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Congresso dos EUA, em Washington, que terá frio severo no dia da posse
(Congresso dos EUA, em Washington, que terá frio severo no dia da posse)
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O ex-presidente George W. Bush, a ex-primeira-dama Laura Bush e o ex-presidente Barack Obama chegam para a cerimônia de posse de Donald Trump
(O ex-presidente George W. Bush, a ex-primeira-dama Laura Bush e o ex-presidente Barack Obama chegam para a cerimônia de posse de Donald Trump)
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George W. Bush chega para a cerimônia de posse de Donald Trump
(George W. Bush chega para a cerimônia de posse de Donald Trump)
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Donald Trump e Joe Biden no juramento de posse do presidente eleito
(Donald Trump e Joe Biden no juramento de posse do presidente eleito)