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Tarifas de Trump ao México podem deixar os abacates mais caros nos EUA; entenda

México fornece mais de 90% dos abacates consumidos nos Estados Unidos; o preço da fruta já subiu quase 14% neste mês

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 31 de janeiro de 2025 às 10h03.

As novas tarifas alfandegárias de 25% sobre importações mexicanas prometidas pelo presidente Donald Trump podem afetar uma das paixões americanas: o guacamole. Isso porque, como o México fornece mais de 90% dos abacates consumidos nos Estados Unidos, os preços da fruta devem subir quando as novas taxas entrarem em vigor a partir de sábado.

Uma reportagem da Bloomberg americana destaca que os abacates se tornaram um “item básico” da dieta dos americanos. O problema é que o país é muito dependente da produção mexicana.

De acordo com dados da consultoria NielsenIQ, os preços do abacate já subiram 14% neste mês em relação ao ano passado. A expectativa é que os preços fiquem ainda mais pressionados com o Super Bowl, marcado para o dia 9 de fevereiro. O evento esportivo é a data de maior consumo da fruta nos EUA.

Para piorar o cenário, o preço do abacate também está sendo afetado pelos efeitos de uma seca que atingiu o México. A falta de chuvas reduziu a colheita e diminuiu o tamanho médio das frutas. Produtores agrícolas ouvidos pela Bloomberg afirmaram que isso fez com que o preço dos abacates grandes disparasse, enquanto o dos menores caiu significativamente.

De acordo com o banco Rabobank, especializado no mercado agrícola, nas quatro primeiras semanas deste ano o envio de abacates do México para os Estados Unidos caiu 26% em relação ao mesmo período do ano passado.

Durante o primeiro mandato de Trump, a mera ameaça de imposição de tarifas sobre o México fez com que os preços dos abacates subissem. Como aquelas ameaças não se concretizaram, alguns analistas estão esperando para ver o que acontece neste segundo mandato.

Existe uma expectativa dos produtores de que o consumo da fruta não seja muito afetado, já que os americanos estariam dispostos a pagar um pouco mais pelos abacates mexicanos. Outro cenário aventado por especialistas ouvidos pela Bloomberg é o de que a alta dos preços seja adiada, já que a fruta pode ser armazenada a frio por até seis semanas.

O problema ficará maior nos meses de inverno, já que os americanos produzem abacates na Califórnia, na Flórida e no Texas de forma sazonal, enquanto o México consegue produzir o ano todo.

Para se antecipar ao problema, algumas redes de supermercado e fast food americanas já estão buscando outros fornecedores em países como Colômbia, República Dominicana, Chile e Peru.

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