Agência de notícias
Publicado em 10 de fevereiro de 2025 às 06h27.
Última atualização em 10 de fevereiro de 2025 às 07h09.
Os dados mais atualizados do Departamento de Comércio dos Estados Unidos (DOC) mostram que o Brasil será um dos mais afetados pela tarifa de 25% a ser imposta por Donald Trump
às importações de aço pelo país.
Segundo o presidente americano, as tarifas serão oficializadas nesta segunda-feira, 10.
Em 2024, o Brasil foi o segundo maior fornecedor do metal para os EUA, atrás apenas do Canadá. No acumulado do ano, o país vendeu 4,08 milhões de toneladas, representando 15,5% de tudo que os Estados Unidos compraram de fora. De acordo com o governo americano, o montante equivaleu a US$ 2,99 bilhões.
A lista de maiores fornecedores de aço é seguida por México (12,4%), Coreia do Sul (9,7%) e Vietnã (4,5%). O Canadá, que respondeu por 22% de todas as importações de aço dos EUA em 2024, lidera a lista, com 5,95 milhões de toneladas, o equivalente a US$ 7,13 bilhões em exportações.
As informações fazem parte de monitoramento realizado pela International Trade Administration (ITA), uma agência do Departamento de Comércio dos EUA responsável por supervisionar práticas comerciais do país com o mundo.
Os dados da ITA mostram que o volume de aço brasileiro importado pelos Estados Unidos cresceu 14,11% de 2023 para o último ano, o que fez o país ultrapassar o México e passar a ocupar a segunda posição entre os principais fornecedores do metal para o mercado americano.
A decisão de Trump faz parte de uma série de medidas protecionistas que vem sendo aplicadas em relação ao comércio exterior. Na semana passada, ele já havia imposto uma tarifa de 10% sobre produtos chineses, o que levou Pequim a adotar represálias tarifárias.
A nova taxa sobre o aço pode trazer consequências para a indústria brasileira, já que os EUA são um comprador importante da indústria brasileira.
O presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann, diz que a maior parte das exportações brasileiras de aço tem como destino a Ásia, mas ressalta que o impacto das tarifas dos EUA será relevante para o setor. Para ele, o governo brasileiro deveria evitar retaliações e buscar uma solução por meio da diplomacia:
"O melhor caminho para resolver isso é diplomaticamente. Não tenho a menor dúvida de que devemos evitar entrar na lógica protecionista de Trump", afirmou.
Além do aço, Trump afirmou que irá impor uma tarifa de 25% também para o alumínio. A medida afeta principalmente o Canadá, que é o maior fornecedor da matéria prima. No ano passado, o país vizinho aos Estados Unidos vendeu 58,1% de todo o alumínio que entrou no mercado americano, um total de US$ 9,4 bilhões.
Os Emirados Árabes Unidos (US$ 916,7 milhões) e a China (US$ 809,2 milhões) são, respectivamente, o segundo (6,5%) e o terceiro (4,1%) na lista de maiores provedores de alumínio para os EUA. O Brasil, em 2024, vendeu o equivalente a US$ 147,2 milhões do produto ao país, e figura em 14º na lista de fornecedores.
Essa não é a primeira vez que Trump aplica tarifas sobre o setor. Durante seu primeiro mandato, em 2018, o republicano impôs uma tarifa de 25% sobre importações de aço e 10% sobre alumínio, justificando a decisão por questões de segurança nacional. Agora, a nova rodada de tarifas amplia as restrições comerciais.
Fonte: Departamento de Comércio dos EUA
Fonte: Departamento de Comércio dos EUA