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Taliban paquistanês declara fidelidade ao Estado Islâmico

O Taliban paquistanês ordenou aos militantes em toda a região que ajudem o grupo do Oriente Médio em sua campanha para estabelecer um califado islâmico global


	Militante do Estado Islâmico na Síria agita a bandeira da Jihad na fronteira com o Iraque: grupo ganhou apoio de jihadistas paquistaneses
 (AFP)

Militante do Estado Islâmico na Síria agita a bandeira da Jihad na fronteira com o Iraque: grupo ganhou apoio de jihadistas paquistaneses (AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2014 às 16h27.

São Paulo - O Taliban paquistanês declarou lealdade ao Estado Islâmico (EI )neste sábado e ordenou aos militantes em toda a região que ajudem o grupo jihadista do Oriente Médio em sua campanha para estabelecer um califado islâmico global.

O Estado Islâmico, que controla faixas de terra na Síria e no Iraque, tem feito incursões no sul da Ásia, que tradicionalmente tem sido dominado por insurgentes talibans locais contra os governos do Paquistão e Afeganistão.

O anúncio foi feito após uma estratégia do chefe da Al Qaeda, Ayman al-Zawahri, em setembro, de nomear o ex-comandante do Taliban Asim Umar como o "emir" de uma nova filial no Sul da Ásia da rede que planejou os ataques contra os Estados Unidos em 2001.

Embora haja pouca evidência de uma aliança firme ainda entre o Estado Islâmico e os comandantes talibans ligados à Al Qaeda, ativistas do Estado Islâmico foram vistos recentemente na cidade paquistanesa de Peshawar distribuindo panfletos elogiando o grupo. Bandeiras do Estado Islâmico também têm sido vistas em manifestações de rua na Caxemira administrada pela Índia.

A tendência tem sido uma preocupação crescente de potências mundiais que lutam para acompanhar a rápida mudança na raiz da insurgência islâmica internacional. Em uma mensagem que marca o festival sagrado muçulmano de Eid al-Adha, o Taliban paquistanês disse que apoia completamente os objetivos do Estado Islâmico. "Oh nossos irmãos, estamos orgulhosos de vocês por suas vitórias. Estamos com vocês na sua felicidade e sua tristeza", disse o porta-voz do Taliban Shahidullah Shahid em um comunicado enviado à Reuters por e-mail a partir de um local desconhecido.

"Nestes dias conturbados, pedimos sua paciência e estabilidade, especialmente agora que todos os seus inimigos se unem contra você. Favor colocar todas as suas rivalidades atrás de você." "Todos os muçulmanos do mundo têm grandes expectativas sobre vocês. Estamos com vocês, iremos fornecer mujahideen (combatentes) e todo o apoio possível."

O comunicado, divulgado em Urdu, Pashto e árabe foi enviado depois que militantes do Estado Islâmico decapitaram o trabalhador humanitário britânico Alan Henning em um vídeo publicado na sexta-feira, provocando reações dos governos britânico e norte-americano. Ele também veio apesar das especulações recentes de que a liderança do Taliban, cujo objetivo é derrubar o governo e criar um Estado sharia, estaria cautelosa sobre o Estado Islâmico, que é conduzido por diferentes ambições que têm pouco a ver com o Sul da Ásia.

O Taliban paquistanês, financiado por doações de caridade locais, bem como ricos estrangeiros apoiadores do Golfo e em outros lugares, operam separadamente dos insurgentes afegãos com o mesmo nome, mas são fracamente alinhados com eles. Existem preocupações sobre mais turbulência na região, uma vez que a maioria das tropas estrangeiras lideradas pelos Estados Unidos vai se retirar do Afeganistão este ano, com grupos como o Haqqani propensos a explorar o vácuo de segurança para fortalecer seu domínio sobre regiões afegãs.

O grupo Haqqani, apesar de ser baseado no Paquistão, concentra sua insurgência no Afeganistão e não comentou sobre os desdobramentos relacionados ao Estado Islâmico. Os talibans paquistaneses têm sido assolados por severas rivalidades internas ao longo do ano passado, com a influente facção tribal do grupo Mehsud se recusando a aceitar a autoridade de Mullah Fazlullah, que chegou ao poder no final de 2013.

O Estado Islâmico, em um esforço para ampliar seu alcance global, pode explorar essas rivalidades para a sua vantagem, entrando em uma região com uma madura ideologia antiocidental feroz e cheia de jovens desempregados dispostos a tomar as armas e lutar pelo Islã.

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