Eleitor carrega bandeira de Taiwan (MN Chan/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 14 de janeiro de 2012 às 16h20.
Taipé - Os taiuaneses irão às urnas neste sábado para votar em eleições presidenciais e legislativas que despertaram o interesse e a preocupação dos empresários, da China e dos Estados Unidos, diante de uma eventual desestabilização dos laços com Pequim caso vença a independentista Tsai Ing-wen.
Magnatas como Terry Gou, presidente do grupo Hon Hai, o maior fabricante mundial de produtos eletrônicos para marcas internacionais, e Cher Wang, presidente da gigante da telefonia celular HTC, pediram apoio para o atual presidente, Ma Ying-jeou, e sua política com relação à China.
Os milhares de empresários taiuaneses com interesses na China não querem correr o risco da desestabilização dos laços bilaterais, a fim de proteger seus mais de US$ 150 bilhões investidos no gigante asiático, a assinatura de 16 acordos bilaterais - incluindo um de livre-comércio - e a chegada de milhões de turistas chineses.
Pequim, que aprendeu que ameaças e manobras militares só servem para atiçar o eleitorado taiuanês, se mantém em silêncio, mas não deixou de criticar duramente a postura de Tsai.
No caso dos Estados Unidos, as declarações oficiais falam em 'respeito à democracia e disposição em colaborar com qualquer um dos candidatos que seja eleito', mas um ex-diretor de sua representação na ilha, Douglas Paal, se declarou a favor de Ma e criticou como 'pouco factíveis' os planos de Tsai em relação a Pequim.
A decisão sobre o futuro da ilha não está, no entanto, nas mãos do empresariado, da China ou dos EUA, e as pesquisas de opinião até 4 de janeiro, a última data permitida, mostram um empate virtual entre Tsai, do Partido Democrata Progressista (PDP), e Ma, do Partido Kuomintang (KMT).
A independentista moderada Tsai Ing-wen, de 55 anos e doutora pela prestigiada London School of Economics and Political Science, assegura que, caso seja eleita, 'mudará Taiwan', dará uma oportunidade aos setores menos favorecidos e reforçará a defesa de sua soberania e independência, sem criar conflitos com a China.
Tsai propôs alcançar um consenso sobre os laços com a China de modo democrático e transparente, com a participação da sociedade civil, com o que espera negociar com Pequim uma relação pacífica e mutuamente benéfica.
Além de Tsai e Ma, concorre à Presidência o ex-dirigente do KMT James Soong.
Nos pleito presidencial de 2008, Ma Ying-jeou venceu a disputa com 58,45% dos votos, contra 41,55% do candidato do PDP, Frank Hsieh; enquanto nas eleições legislativas o KMT obteve 81 das 113 cadeiras, com apenas 27 indo para o PDP. EFE