Manifestante puxa arame farpado na entrada da Casa do Governo, na Tailândia (REUTERS/Damir Sagolj)
Da Redação
Publicado em 14 de dezembro de 2013 às 15h56.
Bangcoc - O exército da Tailândia se transformou no centro da disputa política do país, desde que aceitou um encontro para que o líder dos manifestantes, Suthep Thaugsuban, apresente suas propostas para uma mudança imediata no governo.
O encontro, realizado no sábado, não trouxe novidades e os militares não deixaram claro se irão agir em prol dos manifestantes. Thaugsuban repetiu sua posição para que a primeira-ministra, Yingluck Shinawatra, renuncie e que um conselho popular, não eleito, administre o país. Uma eleição foi convocada para o dia 2 de fevereiro.
O general Thanasak Patimaprakorn comandou as conversas entre o exército e os manifestantes. O comandante, general Prayuth Chan-ocha, no entanto, não quis fazer comentários.
Suthep Thaugsuban chamou os militares a apoiá-lo, mas afirmou que não pretendia um golpe de estado e disse: "Se vocês tomarem uma decisão logo, a população irá vê-los como heróis e nós poderemos resolver o problema".
Thanasak falou que as partes devem chegar a uma solução para um longo período e não que retorne para um mesmo ciclo.
Historicamente, o exército tailandês é conhecido por intervir durante as crises políticas, inclusive, com golpes militares.
Em 1992, por exemplo, o exército deixou dezenas de mortos nas ruas de Bangcoc em um protesto pró-democracia, em uma série de manifestações populares que ocasionaram a deposição do primeiro-ministro Suchinda Kraprayoon, um general.
Já a atual primeira-ministra Yingluck é irmã de Thaksin Shinawatra, que governou o País entre 2001 e 2006, quando um golpe militar o derrubou. O golpe de 2006 polarizou a Tailândia, dividida entre opositores e apoiadores de Thaksin.
Suthep Thaugsuban e seus seguidores pedem novas leis para banir a corrupção na política para serem implementadas antes de uma nova eleição. Os manifestantes dizem que a política da Tailândia é corrupta e está sob a influência de Thaksin, que vive no exílio desde 2008. Fonte: Associated Press.