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Tailândia e Camboja registram novo combate, apesar do chamado à paz da ONU

Pelo terceiro dia consecutivo os soldados dos dois países trocaram disparos de fuzil e intenso fogo de artilharia

Bangcoc, capital da Tailândia (Alter/Wikimedia Commons)

Bangcoc, capital da Tailândia (Alter/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2011 às 12h43.

Bangcoc - Os combates entre as tropas da Tailândia e do Camboja, que causaram 11 mortos, continuaram neste domingo na fronteira, apesar do chamado ao cessar-fogo feito pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.

Desde a morte na sexta-feira de cinco soldados tailandeses e seis cambojanos e ao menos 40 militares feridos dos dois exércitos, que continua a tensão nessa zona de fronteira e a persistente troca de acusações entre os Governos.

O porta-voz do Exército tailandês, coronel Sansern Kaewkamnerd, revelou que pelo terceiro dia consecutivo os soldados dos dois países trocaram disparos de fuzil e intenso fogo de artilharia na mesma região em que dias anteriores.

Os confrontos ocorreram nos arredores do templo de Ta Kwai (Olho de búfalo) construído durante a era de esplendor do Império Khmer, no século XII, e situado na faixa de fronteira que delimita a província de Surin, no nordeste da Tailândia, com a província de Oddar Meanchey, no norte de Camboja.

"As tropas tailandesas começaram a disparar, primeiro com fuzis e depois com artilharia", contou à Agência Efe o general Suos Sothea, segundo no comando das tropas cambojanas na região.

O templo de Ta Kwai faz parte do antigo complexo arquitetônico de Ta Muen, que assim como as ruínas do santuário de Preah Vihear, a cem quilômetros ao leste, outro monumento legado pela milenar civilização Khmer situado sobre e no entorno de territórios cuja soberania é reivindicada pela Tailândia e Camboja.

No início de fevereiro, as difíceis relações que os dois países mantêm por causa das divergências sobre o traçado da fronteira, levaram a uma série de confrontos nas proximidades de Preah Vihear, causando oito mortes, metade delas civis.

Por causa do reatamento dos combates, a Tailândia evacuou cerca de 40 mil habitantes dos povoados na área do conflito, enquanto no Camboja o número de deslocados chega a 10 mil, assinalou o Comitê Nacional para a Gestão de Desastres deste país.

A tensão na fronteira ressurge quando o Governo tailandês contempla a opção de dissolver o Parlamento em maio e convocar eleições para meados deste ano.

Em março passado, após declarar cessar-fogo, Camboja e Tailândia aceitaram negociar com a mediação da Indonésia o litígio territorial sobre a soberania da área contígua às ruínas de Preah Vihear, que até o ressurgimento do conflito era a maior atração turística da região.

A disputa entre Camboja e Tailândia ganhou força em 2008 quando o templo foi declarado patrimônio da humanidade e a Unesco o inscreveu dentro do território cambojano. A Tailândia admite que o conjunto de Preah Vihear fica no lado cambojano, como sentenciou o Tribunal Internacional de Haia em 1962, mas reivindica uma área de 4,6 quilômetros quadrados nos arredores do templo.

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