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Suu Kyi e presidente de Mianmar discutem transição de poder

O encontro foi realizado em Naypyidaw e durou cerca de 45 minutos, o assunto principal foi a transferência política


	Novo governo: tornar a atual Constituição mais democrática é um dos objetivos de Suu Kyi e seu partido, a Liga Nacional para a Democracia
 (Myanmar News Agency / Reuters)

Novo governo: tornar a atual Constituição mais democrática é um dos objetivos de Suu Kyi e seu partido, a Liga Nacional para a Democracia (Myanmar News Agency / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2015 às 08h35.

Bangcoc - O presidente de Mianmar, Thein Sein, e a líder da oposição, Aung San Suu Kyi, vencedora do Prêmio Nobel da Paz, conversaram nesta quarta-feira sobre a transferência de poder no país, na primeira reunião entre ambos desde a vitória dos opositores nas eleições gerais realizadas em novembro.

O encontro foi realizado em Naypyidaw e durou cerca de 45 minutos, segundo o jornal local "Mianmar Times".

"O assunto principal foi a transferência política e a fluência das responsabilidades do Estado ao futuro governo", explicou o ministro da Informação e porta-voz da presidência, Ye Htut.

Htut indicou que o governo tinha se preparado para esse momento há um ano e revelou que uma mudança da Constituição de 2008, redigida e aprovada em referendo durante a última junta militar, não foi abordada durante a reunião entr os líderes.

Tornar a atual Constituição mais democrática é um dos objetivos de Suu Kyi e seu partido, a Liga Nacional para a Democracia (NLD, na sigla em inglês).

Atualmente, entre outras coisas, a legislação reserva aos militares 25% das cadeiras do parlamento do país.

A vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 1991 deve se reunir com o chefe das Forças Armadas de Mianmar, Min Aung Hlaing, para abordar os mesmos assuntos.

Suu Kyi já tinha se encontrado com o presidente da Câmera Baixa do parlamento, Shwe Mann, em 19 de novembro.

As eleições gerais realizadas no último dia 8 de novembro deram uma vitória arrasadora à NLD, que superou com larga vantagem os 329 parlamentares necessários para decidir quem será o próximo presidente do país.

A próxima legislatura começará em janeiro de 2016. Entre fevereiro e março, os novos congressistas elegem o novo presidente.

Suu Kyi, que viveu mais de 15 anos em prisão domiciliar durante a ditadura militar por reivindicar pacificamente reformas democráticas, não pode chefiar o país conforme a atual Constituição porque seus filhos possuem passaporte britânico.

Mianmar (antiga Birmânia) foi governada por regimes militares entre 1962 até 2011, quando a última junta passou o poder a um governo civil comandado por Thein Shein, último primeiro-ministro da ditadura.

Desde então, ele começou a aplicar reformas políticas, econômicas e sociais para estabelecer uma "democracia disciplinada".

A NLD também obteve uma vitória arassadora nas eleições organizadas em 1990, mas os generais derrotados desrespeitaram o resultado, se mantiveram no poder e só voltaram a fazer uma consulta popular em 2010, um plesbicito que boicotou o movimento democrático de Suu Kyi.

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