São Paulo - Estudo mostra que 91% das empresas brasileiras reconhece a importância da sustentabilidade, entretanto não aplicam os conceitos em ações do dia-a-dia.

Realizada pelo Núcleo de Estudos em Embalagem,  da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), o objetivo do estudo era avaliar o grau de conhecimento das empresas e seus executivos ligados à área de embalagens sobre conceitos de sustentabilidade. No total foram analisadas 153 empresas, sendo 55% de médio porte e 45% de grande.

Bruno Pereira, professor coordenador do núcleo, explica que a  preocupação com a sustentabilidade é recente na mentalidade corporativa e só vai ser de fato priorizada quando os executivos perceberem o crescimento do interesse, por parte do público consumidor, em adquirir produtos sustentáveis.

"Entender que o futuro competitivo da empresa depende do nível de sustentabilidade dos seus produtos, principalmente das embalagens, é uma questão de tempo", explica.

A pesquisa revelou que 87%, das 153 empresas analisadas, possuem um gestor na área de embalagens responsável pela sustentabilidade, entretanto, em apenas 11% dos casos, o profissional dedica todo o seu tempo no assunto, enquanto 79% dos entrevistados destinam, no máximo, 50% de seu tempo ao tema.

Com relação ao nível de conhecimento dos executivos sobre o tema, o assunto mais recorrente é a reciclagem e 78% dos gestores entrevistados afirmam que tomar atitudes ecológicas .

"Entretanto, um dos assuntos que não foram comentados por nenhum dos profissionais foi análise do ciclo de vida", revela Pereira. Isto é, apesar de mostrarem conhecimentos sobre reciclagem, os gestores não se preocupam com o impacto que os materiais utilizados nas embalagens pode ter no meio ambiente ao longo do tempo.

A pesquisa também diz que 41% dos entrevistados consideram as embalagens como os principais agentes de contaminação em aterros sanitários. Porém, o professor esclarece que as embalagens são responsáveis por apenas 10% do impacto gerado no meio ambiente.

 Ainda segundo o estudo, esse equívoco comprova que executivos não consideram energia, uso de recursos não renováveis como agentes de maior impacto no meio ambiente.