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Suspensos policiais suspeitos de atacar indígenas no Canadá

Oito policiais de Québec, suspeitos de agredir sexualmente mulheres indígenas, foram suspensos, segundo ministra

Bandeira canadense: caso se negassem, eram espancadas e abandonadas em regiões isoladas, em plena floresta (Vaughn Ridley/AFP)

Bandeira canadense: caso se negassem, eram espancadas e abandonadas em regiões isoladas, em plena floresta (Vaughn Ridley/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2015 às 21h02.

Montreal - Oito policiais de Québec, suspeitos de agredir sexualmente mulheres indígenas, foram suspensos, anunciou nesta sexta-feira Lise Thériault, ministra de Segurança Pública desta província do leste do Canadá.

Thériault disse se sentir abalada diante destes fatos "preocupantes, ofensivos e inaceitáveis" da investigação de um programa da TV pública Rádio Canadá, difundida nesta quinta-feira à noite.

Ali, as mulheres contam os abusos sofridos pelos policiais.

A reportagem dá a palavra a várias mulheres da etnia Algonquim, da região de Val d'Or, 500 Km a noroeste de Montreal, que relatam como foram levadas a força para dentro de veículos de patrulha da polícia, onde foram obrigadas a praticar atos sexuais.

Caso se negassem, eram espancadas e abandonadas em regiões isoladas, em plena floresta, sem importar as baixíssimas temperaturas no local e com os telefones celulares danificados, segundo os testemunhos.

"Sou categórica, se estas acusações criminais tiverem fundamento, os implicados serão julgados", afirmou a ministra, com lágrimas nos olhos de emoção e raiva durante uma coletiva de imprensa.

"Para restabelecer la confiança do povo", a ministra também anunciou a nomeação de uma mulher policial na direção de Val d'Or, onde trabalham 60 agentes.

Cinco dos policiais suspensos estavam até a quinta-feira no exercício de suas funções em Val d'Or. Um nono acusado de "má conduta sexual" faleceu.

A reportagem foi exibida em um momento em que o futuro primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, que venceu as eleições na segunda-feira, comprometeu-se a que uma vez assuma o poder, em 4 de novembro, abrirá uma investigação nacional sobre o desaparecimento e morte de mil mulheres de etnias autóctones.

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