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Suspeitos de escândalo na Turquia são libertados

Dezenas de executivos, empresários e funcionários públicos com ligações diretas com o governo foram acusados de envolvimento neste escândalo


	Protesto em Istambul: Erdogan iniciou expurgo histórico na polícia e na justiça, tendo como alvo a maioria dos policiais e procuradores responsáveis pelas investigações que ameaçam governo
 (AFP)

Protesto em Istambul: Erdogan iniciou expurgo histórico na polícia e na justiça, tendo como alvo a maioria dos policiais e procuradores responsáveis pelas investigações que ameaçam governo (AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2014 às 11h06.

Istambul - A justiça turca ordenou nesta sexta-feira a libertação de nove suspeitos presos por envolvimento no escândalo de corrupção que afeta há dois meses o governo, alimentando as suspeitas de uma intervenção do poder.

Em um contexto de expurgos sem precedentes, tendo como alvo mais de 6.000 policiais e centenas de juízes, o ex-diretor do banco público Halkbank, no centro do escândalo que estourou em 17 de dezembro, foi libertado depois de quase dois meses em prisão preventiva, informou a imprensa turca.

Suleyman Aslan é acusado de corrupção, fraude e lavagem de dinheiro por ter facilitado o comércio ilegal de ouro com o Irã.

Durante buscas à sua casa, a polícia descobriu o equivalente a 4,5 milhões de dólares em notas escondidas em caixas de sapato, que desde então se tornaram o símbolo utilizado pela oposição para denunciar a corrupção do regime do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan.

Aslan foi detido com 23 outros suspeitos próximos do governo, incluindo o empresário do Azerbaijão Reza Zarrab e os filhos de três ex-ministros da Economia, do Interior e do Meio Ambiente, suspeitos de receberem subornos.

Estes quatro continuam sob custódia.

Dezenas de executivos, empresários e funcionários públicos com ligações diretas com o governo foram acusados de envolvimento neste escândalo, o que levou a uma crise política que ameaça Erdogan e seu governo islamita-conservador, antes das eleições municipais de 30 de março e da presidencial prevista para agosto.

Os três ministros cujos filhos foram presos, assim como o seu colega das Relações Europeias, deixaram o governo antes de uma grande reforma no final de dezembro.

Além disso, nove deputados abandonaram o partido no poder, o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP).

Há semanas, o chefe de Governo acusa seus ex-aliados da confraria do pregador muçulmano Fethullah Gülen, muito influente entre a polícia e a justiça turcas, de formar "um Estado dentro do Estado" e de manipular as investigações para derruba-lo.

Em resposta, Erdogan iniciou um expurgo histórico na polícia e na justiça, tendo como alvo a maioria dos policiais e procuradores responsáveis pelas investigações que ameaçam o governo.

Desta forma, o governo tem conduzido uma reforma judiciária e adotou uma lei reforçando o controle sobre a internet, muito criticada pela oposição e o Ocidente.

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