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Suspeito de vazar documentos confidenciais do governo dos Estados Unidos é preso

Em coletiva de imprensa, o procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, identificou o suspeito como Jack Teixeira, um membro da Guarda Nacional da Força Aérea dos EUA

Prisão: O Pentágono disse que o vazamento representa um risco "muito sério" para a segurança nacional (AFP/AFP)

Prisão: O Pentágono disse que o vazamento representa um risco "muito sério" para a segurança nacional (AFP/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 14 de abril de 2023 às 07h05.

Última atualização em 14 de abril de 2023 às 07h17.

Agentes do FBI prenderam na quinta-feira, 13, um membro da Guarda Nacional de 21 anos suspeito de estar por trás de um grande vazamento de documentos confidenciais do governo dos Estados Unidos, incluindo material sigiloso sobre a guerra na Ucrânia. O suspeito prestar depoimento ao tribunal federal do Distrito de Massachusetts nesta sexta-feira, 14.

Transmitida ao vivo pelas emissoras de televisão, a prisão foi o ponto culminante de uma investigação de uma semana, alimentada pela cobertura frenética da imprensa sobre um dos vazamentos mais prejudiciais de informações confidenciais desde a divulgação de documentos da Agência de Segurança Nacional em 2013 por Edward Snowden.

Em coletiva de imprensa, o procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, identificou o suspeito como Jack Teixeira, um membro da Guarda Nacional da Força Aérea dos EUA e administrador de um grupo de bate-papo online onde surgiram pela primeira vez os documentos.

o suposto responsável pelo vazamento dos documentos confidenciais, Jack Teixeira

o suposto responsável pelo vazamento dos documentos confidenciais, Jack Teixeira (AFP/AFP)

Teixeira foi detido "sem incidentes" por agentes do FBI "em conexão com uma investigação sobre a suposta extração, retenção e transmissão não autorizada de informações confidenciais de defesa nacional", disse Garland.

Imagens da operação em North Dighton, no estado de Massachusetts (nordeste), mostraram o suspeito, de bermuda vermelha e camiseta, com as mãos atrás da cabeça, recuando lentamente na direção dos agentes fortemente armados e camuflados antes de ser detido.

O Gabinete da Guarda Nacional dos EUA disse que Teixeira se alistou em setembro de 2019 e é um especialista em tecnologia da informação e comunicação que alcançou o posto de aviador de 1ª classe, o terceiro mais baixo para membros da Força Aérea.

O Pentágono disse que o vazamento representa um risco "muito sério" para a segurança nacional dos Estados Unidos e seu porta-voz, Pat Ryder, classificou-o como um "ato criminoso deliberado".

O Departamento de Defesa está "revisando e atualizando listas de distribuição, avaliando como e onde a inteligência é compartilhada", afirmou Ryder a repórteres.

A prisão de Teixeira acontece um dia após o The Washington Post informar que um homem que trabalhava em uma base militar americana havia publicado centenas de páginas de documentos na plataforma de bate-papo online Discord.

Segundo o The New York Times, um "rastro de evidência digital" apontava Teixeira  como o administrador de um grupo chamado Thug Shaker Central no Discord.

Os documentos vazados revelaram preocupação sobre a viabilidade de uma próxima contraofensiva das forças de Kiev contra as tropas russas, assim como sobre as defesas aéreas ucranianas, e deram sinais de espionagem de aliados, como Israel e Coreia do Sul, por parte dos Estados Unidos.

Biden fala sobre vazamento

O presidente dos EUA, Joe Biden, comentou os vazamentos durante uma visita à Irlanda e se disse "preocupado".

O suspeito, que se identificava como "OG" no Discord, publicava regularmente documentos no grupo de bate-papo há meses, segundo a imprensa.

O grupo de cerca de 24 pessoas, inclusive da Rússia e Ucrânia, se uniu por sua "paixão mútua por armas, equipamento militar e Deus" e formou um "clube no Discord apenas para convidados em 2020", destacou o Post, que, assim como o Times, citou membros não identificados do Thug Shaker Central.

"OG" disse aos membros do grupo que passava parte do dia "dentro de uma instalação segura que proibia os telefones celulares e outros dispositivos eletrônicos", segundo o Post.

Primeiro transcreveu o conteúdo dos documentos classificados para compartilhar com o grupo, mas logo começou a tirar fotos e pedir aos demais membros que não as compartilhassem, destacou o periódico.

"OG" tinha uma "visão sombria do governo" e "falava dos Estados Unidos, e particularmente das forças de ordem e do serviço de inteligência, como forças sinistras que tentavam reprimir os cidadãos e mantê-los na escuridão", acrescentou o Post, citando um dos membros do grupo.

Um porta-voz do Discord disse à AFP que a segurança dos usuários é uma prioridade e que conteúdos que violam suas políticas podem acarretar usuários banidos, servidores interrompidos e alertas à polícia.

"Em relação à aparente violação de material confidencial, estamos cooperando com as forças de ordem", disse o porta-voz. "Como a investigação está em andamento, não podemos fazer mais comentários neste momento".

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