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Suspeito de tiroteio em aeroporto comparece perante um juiz

O ex-integrante da Guarda Nacional foi levado hoje da prisão do condado de Broward até a sede dos tribunais federais em Fort Lauderdale

Esteban Santiago: cinco pessoas morreram e outras seis foram também atingidas pelos disparos e tiveram que ser hospitalizadas (Amy Beth Bennett/Reuters)

Esteban Santiago: cinco pessoas morreram e outras seis foram também atingidas pelos disparos e tiveram que ser hospitalizadas (Amy Beth Bennett/Reuters)

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EFE

Publicado em 9 de janeiro de 2017 às 17h53.

Última atualização em 9 de janeiro de 2017 às 17h57.

Miami - O ex-militar americano de origem porto-riquenha Esteban Santiago Ruiz recebeu nesta segunda-feira um advogado de ofício e foi informado que, se for considerado culpado pelo tiroteio no qual morreram cinco pessoas no aeroporto internacional de Fort Lauderdale, pode ser condenado à morte.

Santiago Ruiz, de 26 anos e ex-combatente no Iraque, compareceu hoje pela primeira vez perante a Justiça desde que na sexta-feira se entregou à polícia após ter disparado com uma pistola semiautomática contra mais de uma dezena de pessoas dentro do citado aeroporto.

Algemado, vestido com um macacão carcerário vermelho e rodeado de policiais, o ex-integrante da Guarda Nacional foi levado hoje da prisão do condado de Broward até a sede dos tribunais federais em Fort Lauderdale.

Embora até agora não tenha sido acusado formalmente, já são conhecidas das acusações definidas pela procuradoria: ato de violência contra pessoas em um aeroporto internacional, uso de arma de fogo no curso de um crime violento e causar a morte de pessoas com uma arma de fogo.

A audiência durou menos de meia hora e Santiago Ruiz se manteve sentado e tranquilo todo o tempo, enquanto a juíza federal Alicia Valle lhe dizia hoje que uma "ofensa capital" pode ser penalizada com a "morte".

Valle atribuiu a defesa de Santiago Ruiz a Bob Berube, um advogado de ofício, pois, segundo disse o detido, está desempregado e não tem mais que US$ 10 em sua conta bancária.

A próxima audiência foi fixada para o dia 17 de janeiro, neste caso perante a juíza Lurana S. Snow, e se centrará em estabelecer o status de sua detenção, segundo um comunicado do Departamento de Justiça. Atualmente, e de maneira temporária, está detido sem fiança.

O comunicado oficial lembra que os crimes dos que vai ser acusado são castigados com a morte ou com prisão perpétua.

A acusação é exercida pelo procurador-geral adjunto Ricardo A. del Toro com a ajuda do promotor do Departamento de Justiça, Larry Schneider.

O jovem nascido em Nova Jersey admitiu à polícia que planejou o ataque ocorrido na última sexta-feira no aeroporto internacional de Fort Lauderdale, segundo informaram fontes ligadas à investigação, que é dirigida pelo agente George Piro, do FBI. Até agora não está descartado que se trate de um ato terrorista.

Santiago Ruiz chegou sexta-feira passada ao aeroporto internacional de Fort Lauderdale em um voo procedente de Mineápolis, onde fez uma conexão em sua viagem que saiu de Anchorage (Alasca), cidade na qual residia.

Tinha apenas uma passagem de ida e tinha despachado uma mala onde levava unicamente uma pistola semiautomática de 9 milímetros e dois carregadores.

No aeroporto recolheu sua mala, foi ao banheiro e voltou à área de retirada de bagagens com a pistola na cintura sob um suéter azul, de acordo com testemunhas.

Um vídeo de segurança divulgado neste domingo mostra Santiago, que não dá sinal algum de nervosismo, sacar a pistola e começar a disparar contra as pessoas que se encontravam naquele momento na área de retirada de bagagens do terminal 2 do aeroporto de Fort Lauderdale, a 40 quilômetros de Miami.

Cinco pessoas morreram e outras seis foram também atingidas pelos disparos e tiveram que ser hospitalizadas. Segundo a emissora "MNSBC", dois dos feridos seguem em estado crítico.

Vários familiares de Santiago assinalaram que o jovem retornou do Iraque, onde esteve destacado em 2010 e 2011, muito mudado e que as coisas pioraram depois que seu pai morreu seis meses depois.

O irmão do ex-militar, que vive em Peñuelas, um município do sul de Porto Rico, disse em declarações a veículos de comunicação locais divulgadas neste domingo que Santiago era uma pessoa tranquila antes de unir-se à Guarda Nacional de Porto Rico para viajar ao Iraque, de onde retornou com "uma mudança de temperamento marcado".

O irmão lembrou ainda que os desequilíbrios emocionais eram tão fortes que lhe aconselhou a buscar ajuda psicológica ou em alguma igreja.

Segundo o xerife do condado de Broward, Scott Israel, nos interrogatórios aos quais foi submetido nestes dias, Santiago disse que uma agência do governo lhe colocou um chip na cabeça e "lhe estão programando e lhe obrigando a ver um vídeo sobre o Estado Islâmico (EI)".

No entanto, Scott disse à emissora "Channel 10" que depois o suspeito subitamente mudou seu relato e afirmou que o EI lhe pagou dinheiro. "Neste ponto não sabemos em que acreditar", acrescentou o xerife.

Enquanto isso, o aeroporto de Fort Lauderdale, que recebe em um dia típico entre 80.000 e 100.000 passageiros, luta para recuperar a normalidade.

Mais de 20.000 peças de bagagem foram abandonadas por seus proprietários ou não entregues por causa do tiroteio e o aeroporto tenta regularizar a situação, o que vai levar "vários dias", segundo fontes do aeroporto. EFE

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