Curdistão: na última sexta-feira, o Parlamento curdo ratificou por unanimidade a realização do referendo de independência (Ari Jalal/Reuters)
EFE
Publicado em 18 de setembro de 2017 às 08h58.
Última atualização em 18 de setembro de 2017 às 08h58.
Bagdá - O Tribunal Supremo do Iraque ordenou nesta segunda-feira a suspensão da realização do referendo de independência na região autônoma do Curdistão, previsto para o próximo dia 25 de setembro, informou a Corte em um comunicado.
O Tribunal tomou esta decisão após considerar que a consulta, convocada pelo presidente curdo, Massoud Barzani, e referendada pelo Parlamento regional, vai contra a Constituição do Iraque, indicou na nota o porta-voz deste organismo, Iyas al Samuk.
"Após deliberar e comprovar o cumprimento das condições formais legais das petições (para a suspensão do referendo), foi emitida uma ordem judicial para suspender o referendo previsto para 25 de setembro de 2017", diz o comunicado.
A decisão ocorre um dia após a ONU declarar que a consulta é prejudicial para a luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) e pedir diálogo entre a região autônoma e o governo iraquiano.
Enquanto a data da votação se aproxima, as tensões entre Iraque e seus vizinhos Irã e Turquia aumentaram.
O secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, Ali Shamjani, advertiu o Curdistão iraquiano que seu país fechará as fronteiras comuns caso a região se torne independente do Iraque.
Por sua vez, a Turquia, que já expressou em várias ocasiões sua rejeição à votação, iniciou manobras militares na fronteira com o Curdistão iraquiano nesta segunda-feira, embora afirme que se trata de uma operação "contra organizações terroristas", em referência ao grupo armado Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
O Curdistão iraquiano goza de um estatuto de autonomia desde a década de 1990, reconhecido na Constituição de 2005, na qual o Iraque foi definido como um Estado federal.
Na última sexta-feira, o Parlamento curdo ratificou por unanimidade a realização do referendo de independência, que foi convocado por no dia 7 de junho.