Armas: (Kevork Djansezian/Getty Images)
AFP
Publicado em 27 de novembro de 2017 às 19h13.
A Suprema Corte dos Estados Unidos recusou-se nesta segunda-feira (27) a intervir no debate espinhoso da violência por uso de armas de fogo, ao rechaçar os recursos apoiados pela Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), o principal lobby defensor de armas no país.
Ao rejeitar se ocupar dos recentes casos de chacinas em tiroteios que sacudiram o país, a mais alta corte dos Estados Unidos confirmou a validade de uma norma aprovada pelo estado de Maryland, que proíbe a venda de fuzis de assalto de tipo militar.
Esse estado situado perto da capital federal, Washington DC, aprovou essa proibição após um ataque em 2012 que deixou 26 mortos, entre os quais 20 crianças, na escola de ensino fundamental Sandy Hook, em Connecticut.
Militantes favoráveis ao porte de armas de fogo, apoiados pela NRA, tentam desde então que se revogue esta lei restritiva. Não menos que 21 estados pediram a intervenção da Suprema Corte neste caso.
Em outro expediente, o alto tribunal rechaçou nesta segunda-feira tratar a demanda de residentes da Flórida, que exigem poder portar sua arma de forma visível em via pública. A lei em vigor exige que a levem escondida em uma bolsa ou sob as roupas.
A segunda emenda da Constituição, que autoriza os americanos a portar uma arma para defender sua casa, é objeto permanente de disputas judiciais sobre sua interpretação e alcance.
Em 2008, os partidários das armas individuais haviam obtido uma vitória histórica na Suprema Corte, cuja sentença no caso "Distrito de Columbia versus Heller" anulou a proibição em vigor em Washington de portar uma arma em casa.
Em outubro passado, um aposentado matou 58 pessoas e feriu mais de 500, ao atirar contra o público de um show de música country, em Las Vegas. Em 5 de novembro, um ex-cabo, expulso da Força Aérea, matou 25 pessoas em uma igreja do Texas.
Esses massacres motivaram novos pedidos de proibição de fuzis automáticos, iniciativas condenadas ao fracasso em um Congresso controlado pelos republicanos.