Aborto: a decisão representa uma vitória emblemática para os movimentos defensores do direito ao aborto, um assunto politicamente delicado em um ano eleitoral (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 27 de junho de 2016 às 12h36.
A Suprema Corte de Justiça dos Estados Unidos tomou nesta segunda-feira a decisão de confirmar o direito das mulheres ao aborto, depois que um crescente número de estados adotou medidas para restringir a interrupção voluntária da gravidez.
A decisão tomada por cinco juízes contra três representa uma vitória emblemática para os movimentos defensores do direito ao aborto, um assunto politicamente delicado em um ano eleitoral.
O máximo tribunal do país considerou ilegal uma lei do estado do Texas de 2013 que obriga as clínicas que praticam aborto a dispor de uma unidade cirúrgica digna de um hospital.
A citada lei obrigava, além disso, os médicos que realizam aborto a dispor de uma autorização antecipada de admissão de seus pacientes de um hospital local.
Os redatores desse texto se justificavam pela necessidade de proteger a saúde das mulheres com disposição direcionadas a minimizar os riscos sanitários.
Mas para os defensores do direito a abortar livremente, trata-se de um pretexto. O verdadeiro objetivo dos legisladores republicanos do Texas, alegam, é voltar, como nas últimas décadas, ao chamado caso "Roe x Wade", histórica decisão da Suprema Corte que, em 1973, legalizou o aborto nos Estados Unidos.
De fato, essas normas eram tão rígidas que obrigaram que fossem fechadas, em dois anos, dezenas de centros que praticavam aborto no Texas.
A decisão desta desta segunda transcende amplamente as fronteiras texanas, já que abortar nos Estados Unidos se tornou uma prática cada vez mais complicada para milhões de mulheres.