Chão sujo de sangue após crime: Lee Rigby era membro do segundo batalhão do Real Regimento de Fuzileiros britânico (Spencer Platt/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 19 de dezembro de 2013 às 12h05.
Londres - Dois supostos islamitas foram declarados nesta quinta-feira culpados do assassinato a sangue frio do soldado inglês Lee Rigby em Londres no passado 22 de maio, ao término de seu julgamento no tribunal penal de Old Bailey.
Michael Adebolajo, de 29 anos, e Michael Adebowale, de 22, foram acusados de assassinar Rigby, de 25 anos, com um facão e em pleno dia perto de seu quartel no bairro londrino de Woolwich, o que justificaram como um ato em defesa do islã.
Adebolajo e Adebowale, declarados culpados por um júri, conhecerão a sentença que o juiz ditará em uma audiência no ano que vem.
Após deliberar durante apenas 1h30, o júri composto por quatro mulheres e oito homens chegou ao veredicto de condenação por homicídio, em meio às lágrimas dos parentes da vítima presentes na sala.
Durante o julgamento, a defesa disse que se jogou sobre os policiais para que eles atirassem nele e concluíssem assim sua operação de "guerra santa" em nome de Alá com "o martírio".
Adebolajo e Adebowale, britânicos de origem nigeriana convertidos ao islã, tinham negado os cargos com o argumento de ter agido como "soldados de Alá" em uma suposta "guerra santa" contra ataques a muçulmanos, mas o juiz advertiu ao júri que isso não podia ser considerado uma defesa.
Segundo explicou a acusação, os processados atropelaram ao soldado com um carro a mais de 50 km/h e, uma vez abatido e no solo, lhe apunhalaram e tentaram decapitá-lo com facões de açougue.
Posteriormente, ameaçaram com uma faca e arma de fogo os policiais, que responderam por sua vez com disparos que obrigaram à hospitalização de ambos os suspeitos.
Durante o processo, Adebowale se negou a depor em sua defesa, enquanto Adebolajo, que foi filmado em vídeo por passantes confessando seu crime como vingança pela morte de muçulmanos no Irã e Afeganistão, negou ter cometido um assassinato dizendo que é um "soldado de Alá" em "uma guerra".
Nas duas semanas do julgamento no tribunal penal londrino de Old Bailey depuseram várias testemunhas que presenciaram o crime, que comoveu o Reino Unido e levou a uma condenação generalizada de todos os grupos religiosos.
Lee Rigby era membro do segundo batalhão do Real Regimento de Fuzileiros britânico e serviu no Chipre, Alemanha e Afeganistão antes de ser transferido ao quartel de Woolwich, para onde voltava o dia de sua morte após ter trabalhado na Torre de Londres.