O líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente dos EUA, Donald Trump: eles realizaram no dia 12 de junho uma reunião histórica (Kevin Lim/The Straits Times/Reuters)
Reuters
Publicado em 12 de junho de 2018 às 10h43.
Seul - Enquanto o líder norte-coreano, Kim Jong Un, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apertavam as mãos na histórica reunião em Singapura nesta terça-feira, os sul-coreanos pararam tudo o que faziam para assistir ao evento ao vivo na televisão.
"Eu estava no trabalho e assisti em segredo o feed de notícias, mas não acho que eu era o único", disse Hahm Ha-neul, de 29 anos, que trabalha em uma empresa estatal.
"Temos um grupo de conversas virtuais (no trabalho) e sempre falamos o quanto gostaríamos que o diálogo com a Coreia do Norte fosse bem e como seria bom visitá-la para comer naengmyeon", disse ela, em referência ao macarrão frio à moda norte-coreana.
Cha Min-song, uma enfermeira que trabalha em um hospital em Suwon, ao sul de Seul, disse que ela e seus colegas de trabalho pararam o que faziam rapidamente para assistir ao cumprimento entre Trump e Kim.
"O evento de hoje foi ainda mais dramático por que havia sido cancelado. Eu realmente não tinha pensado nisso hoje de manhã, mas me peguei buscando informações sobre o encontro à medida em que se aproximava do horário", disse.
Os sul-coreanos têm amplamente apoiado a realização do encontro desde que foi anunciado, com uma pesquisa em abril mostrando o vilarejo de Panmunjon, na fronteira entre as duas Coreias, como o lugar de preferência para a reunião.
Kim e o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, fizeram uma reunião no final de abril em Panmunjom.
"No final, eu não acho que o local da conferência foi importante. Do ponto de vista de Kim Jong Un, Singapura poderia ser um local ainda mais arriscado do que em algum lugar da Coreia do Sul, e vendo isso, acho que ele realmente queria conversar", disse Park Gun-woo, um estudante universitário de 24 anos em Seul. Park disse que conseguiu assistir a um pouco da conferência antes de fazer uma prova.
Kim Woo-seong, um comerciante de 48 anos, concordou que a locação não era crucial.
"Não havia um motivo específico para que a reunião acontecesse em Panmunjon. Se os dois líderes conseguem promover um boa conversa, qualquer lugar que desejem está bom", disse Kim, que parou diante de uma tela de televisão em uma estação de Seul para dar uma olhada nos dois líderes antes de viajar até sua cidade.
O interesse geral dos sul-coreanos na Coreia do Norte também aumentou recentemente, com vendas de livros sobre a Coreia do Norte desde janeiro até o dia 10 de junho deste ano excedendo as vendas de livros semelhantes no período que compreende os anos de 2015 a 2017, de acordo com a Yes24, a maior vendedora de livros do país.
O maior guia online de restaurantes do país, o Siksin, lançou uma área separada em seu site para estabelecimentos na Coreia do Norte nesta semana, de olho na melhora das relações com o Sul.
"Somos o primeiro guia de restaurantes a fazer isso e temos informações sobre oito locais diferentes na Coreia do Norte, incluindo Pyongyang", afirmou o Siksin em um comunicado à imprensa.