Quase 1,4 milhão de cidadãos da UE moram na Suíça, e outros 365 mil entram para trabalhar todos os dias vindos de países vizinhos (Thomas Hodel/Reuters)
Reuters
Publicado em 16 de dezembro de 2016 às 09h54.
Zurique - A Suíça aprovou uma lei nesta sexta-feira com o objetivo de conter a imigração ao priorizar cidadãos suíços na ocupação de vagas de emprego, mas driblou uma exigência de eleitores pela imposição de cotas que poderia prejudicar uma relação próxima com a União Europeia.
Agora que o Parlamento endossou a nova lei de imigração, o foco será a reação da UE.
Até agora Bruxelas vem mostrando pouca flexibilidade na livre circulação de pessoas --o princípio que sustenta o acesso suíço ao mercado comum-- para não incentivar o Reino Unido no momento em que o país negocia sua saída do bloco.
A falta de um limite para a imigração em um país de 8,3 milhões de habitantes, cuja população já é um quarto estrangeira, levou o direitista Partido Popular Suíço (SBP) a afirmar que os políticos desafiaram uma vontade do povo expressa em um referendo de 2014.
O SVP, o maior partido no Parlamento, acusou outras legendas de se curvarem a Bruxelas e se omitirem do dever de defender a soberania suíça. Membros do partido ergueram cartazes em protesto contra a votação final com os dizeres "ruptura constitucional" e "a imigração em massa continua".
Mas uma maioria parlamentar clara não quis arriscar uma rixa com a UE, o principal parceiro comercial da Suíça, que poderia retaliar anulando outros acordos bilaterais que facilitam os negócios em setores que representam 7 por cento da produção do país.
Quase 1,4 milhão de cidadãos da UE moram na Suíça, e outros 365 mil entram para trabalhar todos os dias vindos de países vizinhos.