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Sudeste Asiático é convocado a salvar imigrantes

Nos últimos dias, 2.000 migrantes foram resgatados das costas da Indonésia e da Malásia, a maioria deles rohingyas

Imigrante rohingya em um abrigo provisório na cidade malaia de Langkawi (Manan Vatsyayana/AFP)

Imigrante rohingya em um abrigo provisório na cidade malaia de Langkawi (Manan Vatsyayana/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2015 às 12h52.

Langkawi - Milhares de imigrantes podem morrer nas águas do Sudeste Asiático se os governos da região não agirem rapidamente para salvá-los, alertaram nesta terça-feira a ONU e várias organizações.

Uma reunião de cúpula regional extraordinária acontecerá em 29 de maio na Tailândia para responder "ao aumento sem precedentes da imigração irregular" na região, informou nesta terça-feira o ministério tailandês das Relações Exteriores.

Nos últimos dias, 2.000 migrantes foram resgatados das costas da Indonésia e da Malásia, a maioria deles rohingyas, um grupo considerado pela ONU como uma das minorias mais perseguidas de todo o mundo.

Segundo a organização humanitária de defesa dos rohingyas Arakan Project, quase 8.000 pessoas podem estar em alto-mar, muitas delas provenientes de Bangladesh ou Mianmar, com cada vez menos comida e água.

"É necessário um esforço regional (...) nós não temos recursos suficientes para buscá-los, mas os governos sim, têm barcos e satélites", disse à AFP o porta-voz da Organização Internacional para as Migrações (OIM), Joe Lowry.

Ele alertou que os migrantes estão em condições muito ruins, e que alguns inclusive podem estar mortos.

O vice-diretor da OIM para a Indonésia, Steven Hamilton, advertiu que os esforços regionais para encontrar estes barcos na zona serão complicados.

"É como encontrar uma agulha específica em uma pilha de agulhas (...). Estas águas estão cheias de outras embarcações. Você não sabe ao certo o que está procurando", explicou.

Para complicar mais as coisas, Hamilton explicou que, segundo vários imigrantes que chegaram recentemente à província indonésia de Aceh e que foram interrogados pela OIM, existe em alto-mar uma organização de barcos, e os traficantes fazem os imigrantes passarem de um a outro.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) acredita que 25.000 pessoas embarcaram entre janeiro e março, o dobro em comparação com o ano passado, e que 300 teriam morrido.

Mianmar, um país de maioria budista, considera os quase de 1,3 milhão de rohingyas de seu território como imigrantes ilegais de Bangladesh, e em muitas ocasiões esta população foi perseguida e obrigada a fugir.

Estes migrantes parecem ser vítimas involuntárias de uma nova política aplicada pela Tailândia, cujo governo adotou medidas contra os traficantes, após a descoberta nas últimas semanas de dezenas de corpos em fossas comuns no sul do país.

Todos os anos, dezenas de milhares de pessoas transitam pelo sul da Tailândia buscando chegar à Malásia ou a outros destinos, para escapar da pobreza em Bangladesh ou da violência da qual os rohingyas são vítimas em Mianmar.

Abandonados no mar

Nesta terça-feira, as autoridades da Indonésia informaram que rebocaram para fora de suas águas territoriais um barco com cerca de 400 pessoas.

"Foi rebocado para fora do território indonésio. Não estamos forçando que sigam para Malásia ou Austrália, não é nosso problema. Nosso problema é que não entrem na Indonésia porque a Indonésia não é seu destino", disse à AFP o porta-voz da Marinha, Manahan Simorangkir.

As autoridades informaram que o barco, que havia chegado à costa de Aceh na segunda-feira, foi abastecido com combustível e foi retirado das águas territoriais da Indonésia, sem confirmar se a embarcação se dirige à Malásia, seu destino provável.

"Os traficantes mantêm as pessoas cativas no mar porque têm medo de se aproximar da costa. Parece que os contrabandistas abandonaram as pessoas no mar. Pode ser que estejam ali há semanas, inclusive meses", disse à AFP Vivian Tan, representante do ACNUR em Bangcoc.

A funcionária declarou que segundo os relatos de sobreviventes desde o início da travessia os imigrantes devem resistir com pouca água e comida.

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