Ex-presidente do FMI Dominique Straus-Kahn: além do político e economista francês foram acusadas outras oito pessoas.
Da Redação
Publicado em 24 de janeiro de 2013 às 14h54.
Paris - O ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, esteve novamente nesta quinta-feira no Palácio de Justiça de Lille para ser interrogado sobre seu suposto envolvimento com uma rede de prostituição em um hotel dessa cidade do norte da França.
O Tribunal de Apelação de Douai, no norte da França, rejeitou em dezembro seu pedido de arquivamento do caso, o que permitiu aos procuradores continuarem com seus procedimentos com vistas à convocação de um processo.
O jornal "Le Figaro" informou hoje que está previsto que sejam interrogados os participantes festas fechadas organizadas em Lille, Paris e Washington, e também as prostitutas.
O "Le Figaro", que diz ter tido acesso à decisão judicial de dezembro, acrescenta que os juízes acreditam que Strauss-Kahn não era um mero beneficiado, mas "iniciou e favoreceu amplamente, com todo conhecimento de causa, o estabelecimento de um sistema baseado na complacência de seu entorno mais próximo com o objetivo de satisfazer suas necessidades sexuais".
Além do político e economista francês foram acusadas outras oito pessoas, que se o caso chega a ser julgado em um tribunal, segundo o jornal, poderiam ser condenados a até oito anos de prisão.
A Procuradoria havia assinalado em dezembro que há pelo menos três elementos que provam que Strauss-Kahn era partícipe de "um processo perene constitutivo de fatos de prostituição".
O primeiro é que as festas organizadas entre 2008 e maio de 2011 (a última aconteceu às vésperas de sua detenção pelo caso do hotel Sofitel de Nova York) estavam incluídas no programa do antigo dirigente do FMI, prova que a rede funcionava para ele.
A segunda evidência para a Procuradoria é a grande quantidade de mensagens que trocava com Fabrice Paszkowski, um dos empresários envolvidos, cujo conteúdo deixaria poucas dúvidas sobre o grau de conhecimento que tinha Strauss-Kahn.
O terceiro elemento citado na acusação é o testemunho das próprias prostitutas, já que embora a maioria tenha dito aos juízes que escondiam de DSK seu "ofício", algumas declararam que não havia nenhum segredo e que estava claro que ofereciam serviços sexuais em troca de dinheiro.