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Stephen Hawking teme não ser bem recebido nos EUA de Trump

O cientista expressou seus temores quanto ao que considera "um giro definitivo à direita, um enfoque mais autoritário"

Stephen: o físico de 75 anos se mostrou particularmente preocupado com as abordagens de Trump em relação às políticas ambientais (Dan Kitwood/Getty Images)

Stephen: o físico de 75 anos se mostrou particularmente preocupado com as abordagens de Trump em relação às políticas ambientais (Dan Kitwood/Getty Images)

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EFE

Publicado em 20 de março de 2017 às 12h36.

Última atualização em 5 de abril de 2017 às 11h43.

Londres - O físico britânico Stephen Hawking admitiu que teme já não ser mais bem recebido nos Estados Unidos sob o governo de Donald Trump, em declarações feitas nesta segunda-feira a um programa de televisão do Reino Unido.

Em uma entrevista à emissora "ITV", na qual abordou diversos assuntos, o cientista expressou seus temores quanto ao que considera "um giro definitivo à direita, um enfoque mais autoritário", mas ressaltou que é um país que "ainda admira".

"Eu gostaria visitar (os EUA) de novo e conversar com outros cientistas, mas temo já não ser bem-vindo", reconheceu o britânico, que recebeu a medalha Franklin dos EUA por sua contribuição à ciência e a medalha presidencial da liberdade, concedida pelo ex-presidente americano Barack Obama.

O físico de 75 anos se mostrou particularmente preocupado com as abordagens de Trump em relação às políticas ambientais e ressaltou que "a mudança climática é um dos grandes perigos que enfrentamos, e pode ser prevenida".

"Trump foi eleito por pessoas que se sentiam privadas de direitos pela elite governante em uma revolta contra a globalização e sua prioridade será satisfazer seu eleitorado, que nem são liberais nem estão tão bem informados", disse.

Sobre outros assuntos, Hawking afirmou ter detectado sinais de esperança para o mundo pelo aumento do número de mulheres em posições de poder na vida pública, como é o caso da primeira-ministra britânica, Theresa May, a líder escocesa, Nicola Sturgeon, e a nova chefe da polícia de Londres, Cressida Dick.

"Se também levarmos em conta as mulheres altamente poderosas na Europa, como (a chanceler alemã) Angela Merkel, parece que estamos presenciando um movimento sísmico para que as mulheres assumam posições de alto nível na política e na sociedade", disse.

Quanto ao "Brexit", Hawking opinou que deve ser implementada a decisão do referendo de 23 de junho do ano passado, "não deveria ser um 'Brexit' duro (sem acesso ao mercado único) como quer a ala mais à direita do Partido Conservador".

Segundo ele, essa opção deixaria o país "isolado e fechado" e o Reino Unido "deveria manter o máximo de vínculos possíveis com a Europa e o resto do mundo, particularmente com a China".

Abandonar a Europa "ameaça o status britânico como líder mundial em ciência e inovação", acrescentou.

Em outro momento da entrevista, o físico confessou que espera viajar ao espaço com a nave Virgin Galactic, do empresário britânico Richard Branson.

"Pensei que nunca ninguém me levaria, mas Richard Branson me ofereceu um assento na Virgin Galactic e eu imediatamente aceitei", disse.

Considerado um dos cientistas mais influentes do último século, Hawking fez grandes contribuições ao conhecimento do Universo, relacionados ao "Big Bang" e buracos negros, e publicou livros de pesquisas científicas que se tornaram campeões de vendas no mundo todo.

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