Venezuela: o porta-voz espanhol afirmou ter conversado com representantes americanos que descartam a intervenção militar (Manaure Quintero/Reuters)
EFE
Publicado em 11 de fevereiro de 2019 às 10h55.
Paris — O ministro das Relações Exteriores da Espanha, Josep Borrell, considera que a solução para a crise política da Venezuela não é uma intervenção militar dos Estados Unidos, conforme disse em entrevista à emissora "France 24" exibida nesta segunda-feira.
"Falei com o Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA (John Bolton) e o fiz ver que a solução, claro, não é uma intervenção militar americana; embora digam que ela está sobre a mesa, espero que isto seja uma afirmação retórica", afirmou Borrell.
O ministro espanhol lembrou que, neste caso, a União Europeia (UE) tem uma posição comum "contundente" contra qualquer intervenção militar estrangeira.
"Com o histórico que os EUA têm em matéria de intervenção militar na América Latina, nenhuma das quais é possível dizer que tenha sido realmente um sucesso, acredito que faria muito bem em abster-se de utilizar suas forças armadas, que são muito grandes, já sabemos", disse o ministro.
Borrell declarou que "a União Europeia está claramente a favor da realização de eleições presidenciais" e que o objetivo do grupo de contato é "propiciar" que o pleito aconteça o mais rápido possível.
O ministro também se pronunciou sobre o julgamento dos principais dirigentes do referendo de 1º de outubro de 2017 na Catalunha, que começa nesta terça-feira, e disse que "é muito importante insistir que o julgamento não é sobre opiniões, mas fatos".
"Não é um problema de opinião, mas de atuação, e para isso temos tribunais", afirmou Borrell.
Quanto às eleições do Parlamento Europeu, que acontecem em maio, o ministro espanhol garantiu que serão "especialmente importantes" pelas mudanças que ocorreram desde as últimas, com um "passo atrás no processo de construção europeu" pela entrada dos "populistas nacionalistas de esquerda e direita".
"É preciso um esforço para explicar a importância do projeto de integração aos europeus de todos os Estados-membros, para que não escutem os 'flautistas de Hamelin' que os levam alegremente a tempos passados, que tomara não voltem", concluiu Borrell.