Manifestantes jordanianos durante um protesto contra a morte de um juiz palestino, próximo da embaixada de Israel em Amã (Muhammad Hamed/Reuters)
Da Redação
Publicado em 10 de março de 2014 às 19h16.
Jerusalém - Soldados israelenses mataram nesta segunda-feira a tiros um juiz palestino que trabalhava na Jordânia, em meio a uma discussão em um posto de passagem na fronteira entre a Jordânia e a Cisjordânia, território ocupado por Israel, disseram autoridades palestinas.
O Exército israelense afirmou que o homem tentou agarrar a arma de um soldado na ponte Allenby, sobre o rio Jordão, e que por isso os soldados atiraram nele.
A Autoridade Palestina, na cidade de Ramallah, Cisjordânia, condenou o que chamou de "tiro à queima-roupa" por parte das tropas israelenses. Os palestinos e a Jordânia exigiram uma investigação.
Um comunicado do gabinete do primeiro-ministro palestino Rami al-Hamdallah identificou o homem como Raed Alaa el-Deen Za'eiter, 38, um juiz nascido na Cisjordânia e atualmente trabalhando na Jordânia.
Um oficial militar israelense disse que o Exército estava verificando as informações sobre a identidade do homem.
O chanceler jordaniano, Nasser Judeh, se encontrou com um diplomata israelense em Amã após o incidente e condenou a morte a tiros do palestino, segundo a agência estatal de notícias da Jordânia, a Petra.
Judeh pediu que Israel investigue o caso e informe a Jordânia sobre o resultado. Os dois países assinaram um tratado de paz em 1994.
Em um outro incidente, soldados israelenses mataram um palestino de 20 anos de idade na Cisjordânia.
Os militares disseram que os soldados dispararam contra o homem, que tinha jogado pedras em um carro israelense e um ônibus, e que as circunstâncias estavam sendo investigadas. Parentes do homem disseram que ele tinha sido baleado enquanto cuidava das cabras de sua família perto de sua casa.
No mês passado, a Anistia Internacional publicou um relatório assinalando que as forças israelenses estavam usando violência excessiva na Cisjordânia, tendo matado dezenas de palestinos ao longo dos últimos três anos, o que grupo de defesa direitos humanos disse que poderia ser caracterizado como um crime de guerra.
O Exército de Israel rejeitou as críticas, dizendo que as forças de segurança tinham constatado um aumento substancial da violência por parte dos palestinos.