Comboio de veículos franceses faz patrulha no Mali: segundo o ministério, 4.000 soldados franceses estão posicionados atualmente no Mali. (Pascal Guyot/AFP)
Da Redação
Publicado em 5 de fevereiro de 2013 às 13h55.
Gao - Soldados franceses e chadianos prosseguiam com a busca de islamitas armados no extremo nordeste do Mali, enquanto em Bruxelas o Grupo de Apoio ao país africano, que reúne grandes organizações internacionais como a ONU, examinou os meios necessários para garantir o retorno à estabilidade.
Um grupo de 1.800 homens do exército chadiano entrou em Kidal, ex-reduto dos grupos islamitas, para garantir a segurança da cidade, indicou o ministério francês da Defesa.
Segundo o ministério, 4.000 soldados franceses também estão posicionados atualmente no Mali.
"Os franceses prosseguem, por sua parte, no controle do aeroporto graças aos reforços de duas equipes de paraquedistas", acrescentou o ministério.
Paralelo a isso, os bombardeios aéreos maciços dos últimos dias prosseguiram na região, principalmente visando objetivos como depósitos logísticos e centros de treinamento.
Cerca de 3.800 soldados africanos, pouco mais de 2.000 deles pertencentes à Missão Internacional de Apoio ao Mali (MISMA), se encontram no país e seu número será reforçado nas próximas semanas.
O Chade se comprometeu em enviar 2.000 soldados, que não farão parte da MISMA, mas atuam em coordenação com ela.
Kidal está situada a 1.500 km de Bamaco.
Segundo a França, os sete reféns franceses dos islamitas em Sahel se encontram na região de Kidal, no maciço de Ifoghas.
Em Bruxelas, altos dirigentes da União Africana (UA), da Comunidade Econômica dos Estados da África do Oeste (CEDEAO), das Nações Unidas e da União Europeia (UE) se reuniram com uma delegação malinense dirigida pelo ministro das Relações Exteriores, Tieman Coulibaly.
"O mundo inteiro está aqui. Vamos refletir hoje sobre tudo o que diz respeito à estabilização do Mali", declarou Tiéman Coulibaly, pouco antes de começar a reunião.
O ministro francês de Desenvolvimento, Pascal Canfin, destacou, por sua parte, que agora o importante é "ganhar a paz", o que passa pelo reforço do "diálogo político" no Mali.
O Grupo de Apoio ao Mali deve discutir os meios necessários para garantir o retorno à estabilidade depois das operações militares e retomar a ajuda pública ao país africano.
A União Europeia poderá desbloquear 250 milhões de euros.
A comunidade internacional também irá propor sua ajuda à organização das eleições prometidas pelo presidente malinense interino Dioncounda Traoré antes de 31 de julho de 2013.
Na cidade de Kidal, militares franceses e chadianos patrulhavam as ruas sem encontrar resistência.
Kidal era um reduto do grupo islamita Ansar Dine (Defensores do Islã), mas, antes da chegada das tropas francesas, passou para o controle de uma facção dissidente, o Movimento Islâmico de Azawad (MIA), e do Movimento Nacional de Libertação de Azawad (MNLA, rebeldes tuaregues).