Soldados americanos no Afeganistão: sargento admitiu ter matado moradores em ataques a suas aldeias na província de Kandahar em 2012 (Patrick Baz/AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de agosto de 2013 às 16h58.
Tacoma - Um soldado norte-americano foi condenado nesta sexta-feira à prisão perpétua, sem possibilidade de liberdade condicional, por ter matado 16 civis afegãos em aldeias familiares em uma noite de violência no ano passado.
O sargento do Exército Robert Bales, um veterano de quatro missões de combate no Iraque e no Afeganistão, admitiu ter matado os moradores, a maioria mulheres e crianças, em ataques a suas aldeias na província de Kandahar em março 2012.
Bales se declarou culpado das mortes em junho, em um acordo que lhe poupou a pena de morte.
O júri de seis militares deliberou durante menos de duas horas e decidiu que Bales deve passar o resto de sua vida na prisão, sem possibilidade de liberdade condicional.
Ambos os lados fizeram as alegações finais na manhã desta sexta-feira na conclusão do processo de condenação em na Base Conjunta Lewis-McChord, perto de Tacoma, no Estado de Washington, oeste do país.
"Ele exterminou gerações e arruinou vidas para sempre", disse o promotor tenente-coronel Jay Morse. "Ele deve ser conhecido por um título oficial a partir de hoje até o dia em que ele morrer: preso." Promotores do Exército disseram que Bales agiu sozinho e com premeditação quando, armado com uma pistola, um rifle e um lançador de granadas, deixou seu posto duas vezes durante a noite, voltando no meio de sua fúria para contar a um soldado companheiro: "Eu só atirei em algumas pessoas." Os assassinatos marcaram o pior caso de mortes de civis atribuídos a um soldado dos Estados Unidos desde a Guerra do Vietnã e aumentaram as tensões das relações bileterais entre EUA e Afeganistão depois de mais de uma década de conflito naquele país.
Os advogados de defesa disseram que Bales cometeu os assassinatos depois de sofrer um colapso sob a pressão da último de suas quatro missões no Iraque e no Afeganistão. Eles disseram que o militar sofria de transtorno de estresse pós-traumático e lesão cerebral, mesmo antes de ser enviado a Kandahar.