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Socialistas questionam envio de José Sócrates para prisão

Prisão provisória do ex-primeiro-ministro português foi questionada por lideranças do Partido Socialista, surpreendidas pela medida


	José Sócrates: Sócrates é suspeito dos delitos de fraude fiscal, lavagem de capitais e corrupção
 (Reuters)

José Sócrates: Sócrates é suspeito dos delitos de fraude fiscal, lavagem de capitais e corrupção (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2014 às 13h33.

Lisboa - A decisão do juiz Carlos Alexandre de ordenar a prisão provisória do ex-primeiro-ministro José Sócrates foi questionada nesta terça-feira por lideranças do Partido Socialista, que foram surpreendidas por esta medida.

Ao contrário do discurso neutro adotado oficialmente pelo principal partido de oposição em Portugal, que tenta se manter o mais afastado possível do caso, vários de seus deputados abordaram a polêmica gerada pela prisão.

João Soares, prefeito de Lisboa entre 1995 e 2001, qualificou por meio das redes sociais de "injusta" a medida aplicada contra Sócrates, e concordou com o advogado defensor do ex-primeiro-ministro ao considerá-la "injustificada".

O deputado - filho do histórico dirigente socialista Mário Soares - também apontou a falta de fundamentos para justificar sua prisão. Além disso, condenou o vazamento de informações e rumores na imprensa sobre os verdadeiros motivos que sustentam a acusação.

Já a deputada Gabriela Canavilhas pediu explicações para poder entender por que foi imposta a medida cautelar mais grave de todas as possíveis contra Sócrates.

"Seria interessante saber em que se fundamenta esta medida cautelar. É isto o que nos incomoda, gostaríamos de compreender a razão desta grave medida", afirmou a ex-ministra de Cultura no governo liderado de Sócrates entre 2009 e 2011.

Canavilhas coincidiu com diferentes analistas lusos, que nas últimas horas lamentaram a falta de informação oficial sobre as verdadeiras causas da acusação contra Sócrates.

Por enquanto, as autoridades só revelaram que a "Operação Marquês" foi originada quando uma instituição financeira detectou "operações bancárias, movimentos e transferências de dinheiro sem justificativa".

A prisão do ex-primeiro-ministro - suspeito dos delitos de fraude fiscal, lavagem de capitais e corrupção - é motivo de "tristeza", na opinião do antigo braço-direito de Sócrates no Executivo, Pedro Silva Pereira.

"Este é um momento difícil, tanto para o próprio Sócrates como para todos seus amigos, que são muitos em Portugal e no exterior", argumentou o atual deputado.

Já o líder parlamentar do Grupo Socialista, Eduardo Ferro Rodrigues, disse que é necessário distinguir "entre os sentimentos normais de amizade pessoal que existem por Sócrates com a necessidade do partido de continuar desenvolvendo suas políticas de oposição ao governo".

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