Marine Le Pen: ex-primeiros-ministros Manuel Valls (socialista) e Jean-Pierre Raffarin (conservador) faziam parte do grupo contra Le Pen (Benoit Tessier/Reuters)
EFE
Publicado em 5 de maio de 2017 às 14h53.
Última atualização em 5 de maio de 2017 às 14h56.
Paris - Membros de destaque do Partido Socialista francês e do conservador Os Republicanos fizeram nesta sexta-feira um apelo conjunto em Paris contra a abstenção no segundo turno das eleições presidenciais do próximo domingo, a fim de frear o avanço da candidata da extrema direita Marine Le Pen.
Os ex-primeiros-ministros Manuel Valls (socialista) e Jean-Pierre Raffarin (conservador), junto com o comissário europeu de Assuntos Econômicos, o socialista Pierre Moscovici, lideraram um fórum "republicano", impulsionado pelo filósofo Bernard-Henri Levy.
"Cada voto conta e por isso todos temos uma responsabilidade", assegurou Valls, que disse entender a "frustração" dos cidadãos, mas alertou, como os demais, sobre as consequências de não se pronunciar de maneira clara contra a candidata da extrema direita.
O encontro advertiu que - embora o social liberal Emmanuel Macron apresente uma clara possibilidade de vitória nas pesquisas - um amplo apoio a Marine afeta a imagem da França e a democracia no país.
"Aqueles que pensam que a República não precisam deles para frear a FN são inconscientes", acrescentou Moscovici, para quem os eleitores que decidirem se abster ou votar em branco estarão se comportando "como meninos mal educados", que não cumprem com seu dever.
"A FN continua sendo o partido da divisão, da xenofobia, (...) embora tenha trabalhado sua respeitabilidade", segundo o comissário europeu.
"O combate à extrema direita não termina no dia 7 de maio. Não vamos dar a eles a satisfação de encarnar a oposição no país", acrescentou Moscovici em referência às eleições legislativas de junho.
Essa opinião foi compartilhada por Raffarin, alertando das consequências "daqueles que querem lavar as mãos com a abstenção".
"Os eleitores que se abstiverem serão cúmplices de uma situação dramática para o país, porque a abstenção favorecerá consideravelmente uma eventual eleição de Marine Le Pen", concluiu o ex-premiê, que concordou em que o voto em Macron não implica em passar um "cheque em branco".